19 DE DEZEMBRO DE 2014
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Tenho pena que aqueles que assim o reconheceram e assim atuaram no passado, nomeando como
prioritária a venda da TAP no PEC 4 e no Memorando de Entendimento — e só passaram três anos! —, agora
tenham falta de memória e, em nome de uma hipocrisia política sem limites, hoje estejam ao lado dos
sindicatos,…
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Queira terminar, Sr. Ministro.
O Sr. Ministro da Economia: — … quando o interesse nacional recomendaria que estivessem ao lado do
bom senso e daquilo que o Governo está a fazer.
Qual é a posição do Partido Socialista perante a requisição civil que, hoje, o Governo decretou?
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado José Luís
Ferreira.
O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Sr. Presidente, antes de colocar a minha questão ao Sr. Ministro
da Economia, tenho de fazer um reparo à Sr.ª Ministra das Finanças, porque a Sr.ª Ministra fez aqui «um
número» que merece um registo.
De facto, a Sr.ª Ministra das Finanças disse que o IRC caiu 80 milhões de euros, com dados de setembro,
mas é curioso, Sr.ª Ministra, porque os dados de outubro já são conhecidos (a execução orçamental de
outubro já é conhecida) — e a Sr.ª Ministra conhece-os melhor do que ninguém — e esses dados dizem-nos
que as receitas do IRC caíram 140 milhões de euros. Portanto, a Sr.ª Ministra conhece os dados de outubro e
os dados de setembro, mas nada disse sobre os dados de outubro e foi buscar os dados de setembro. Sr.ª
Ministra, assim, de facto, não devia valer!
Vozes do PCP: — Bem lembrado!
O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Sr. Ministro da Economia, a questão que quero colocar-lhe tem a
ver com os projetos PIN, mais concretamente com o projeto de potencial interesse nacional para Vidago e
Pedras Salgadas.
Sr. Ministro, a UNICER, através da Resolução do Conselho de Ministros n.º 125/2005, beneficiou de um
conjunto alargado de benefícios fiscais em sede de IRC, de imposto municipal sobre imóveis, de imposto de
selo e de outros, benefícios de que a UNICER, naturalmente, fez uso.
Mas, para além dos benefícios fiscais, a UNICER também assumiu algumas contrapartidas. E uma dessas
contrapartidas era a criação de 110 novos postos de trabalho e a manutenção dos 220 postos de trabalho que
a UNICER, na altura, tinha em Pedras Salgadas.
Sr. Ministro, bem sei que o processo começou com o anterior Governo — estamos a falar de 2005 —, mas
também sei que quem foi à inauguração da conclusão das obras no Parque de Pedras Salgadas foi o atual
Governo. E estiveram lá o Sr. Primeiro-Ministro, o Ministro da Economia da altura e ninguém foi capaz de dizer
à UNICER: «Meus senhores, aqui está tudo muito bonito, muito bem. Mas onde estão os postos de trabalho
que ficaram de criar?» Ninguém perguntou isto!
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Queira terminar, Sr. Deputado.
O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Vou terminar, Sr. Presidente.
Sr. Ministro, eu sei que a UNICER não criou nenhum dos 110 novos postos de trabalho.
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — É como os votos de Os Verdes, também não existem!