20 DE DEZEMBRO DE 2014
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renegociar a dívida e cumprir o tratado orçamental implica novos pacotes de austeridade nos próximos anos?
Mais: alguns até quantificaram e disseram que, até 2016, serão, pelo menos, mais 5000 milhões de euros.
Concorda com o que afirmaram esses especialistas, convidados pela maioria, que não renegociar a dívida é
insistir na austeridade sobre os povos?
O Sr. Presidente (António Filipe): — Queira concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr.ª Ministra, são perguntas muito diretas, que colocam em cima da
mesa a necessidade de uma resposta técnica e, principalmente, política. Está o Governo disposto a continuar
a sacrificar o País para poupar aqueles que jogam na finança?
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Tem a palavra a Sr.a Deputada Elsa Cordeiro.
A Sr.ª Elsa Cordeiro (PSD): — Sr. Presidente, Sr.ª Ministra de Estado e das Finanças, hoje, neste debate
sobre a dívida pública, contávamos que, de uma forma responsável, os partidos da oposição nos viessem dar
uma solução para a nossa dívida, mas não.
Vozes do BE: — Como a Argentina e o Equador!
A Sr.ª Elsa Cordeiro (PSD): — Nada de novo foi dito até ao momento: uns, porque não querem falar, ou
porque não têm uma solução além daquela que é a de pagar, como está a ser feito por este Governo; outros,
porque o remédio recomendado é tão mau e já sobejamente conhecido de todos — há 40 anos que querem
aplicá-lo —, remédio esse que só levaria o País ao seu isolamento, ao «orgulhosamente sós».
Protestos do PCP e do BE.
Explico já o porquê das minhas palavras: os partidos da esquerda radical têm remédio para tudo e para
nada, mas esse remédio é de tal maneira mau e tem um impacto tão forte que levaria à morte do País e
mataria o doente.
Protestos do PCP e do BE.
O remédio da esquerda radical é só um: não pagar a dívida.
O que significaria, para nós, não pagar a dívida? Significaria sair do euro, o que seria catastrófico para
todos os portugueses; os sacrifícios serem ainda muito maiores; as desigualdades sociais aumentarem, o
poder de compra diminuir e os bens essenciais desaparecerem. E, depois? Depois, tributavam o grande
capital. Por essa altura, onde é que andaria o grande capital? Uns já tinham desaparecido do País e os que
restavam já tinham sido nacionalizados.
Protestos do PCP e do BE.
Vozes do PSD: — Muito bem!
A Sr.ª Elsa Cordeiro (PSD): — Orgulhosamente sós, sem acesso aos mercados, como iríamos obter
financiamento para sustentar a nossa economia e pagar os salários e as prestações sociais?
Protestos do PCP e do BE.
E relembro, Sr. Deputado João Oliveira, que na conferência que aqui teve lugar, na terça-feira passada,
sobre a dívida pública, o Prof. João Duque referiu, e muito bem, que quando a Argentina precisou de 3000