23 DE JANEIRO DE 2015
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Finanças, o que, naturalmente, é uma surpresa. É caso para perguntar: porquê apenas e só esse tipo de
opção?
Finalmente, o Sr. Ministro disse que — e folgo muito em saber isso — a compra de equipamentos que está
prevista nesta legislação não visa os desfiles militares, ou seja, não tem a ver com os desfiles militares. Ora,
isso suscita-me uma questão interessante. Se, de facto, não visa — e bem! — os desfiles militares, pergunto-
lhe: então, que Ministro que o antecedeu adquiriu equipamentos estritamente para essa visibilidade nos
desfiles militares?
O Sr. José Magalhães (PS): — Boa pergunta!
O Sr. José Lello (PS): — Esta seria uma resposta interessante que o Sr. Ministro poderia dar.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Miranda Calha): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Nuno Sá
Costa, do PSD.
O Sr. Nuno Sá Costa (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Ministro, queria começar por deixar uma nota prévia,
muito rápida, ao Sr. Deputado António Filipe, dizendo-lhe o seguinte: havia um presidente de um clube de
futebol, em Portugal, que há uns anos disse que uma mentira repetida várias vezes passaria a ser verdade.
Julgo que, em política, essa máxima não deve ser seguida e, por mais vezes que o Sr. Deputado aqui ou lá
fora diga que os Estaleiros de Viana do Castelo morreram por obra e graça deste Governo, isso não se
transforma numa verdade.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Morreram, morreram!
O Sr. Nuno Sá Costa (PSD): — Os Estaleiros Navais de Viana do Castelo estão vivos, estão a laborar,
graças, precisamente, a este Governo e a esta maioria.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. António Filipe (PCP): — Os Estaleiros estão vivos?!
O Sr. Nuno Sá Costa (PSD): — Sr. Ministro, gostaria de assinalar o que referiu em relação a estas duas
propostas de lei que estamos a apreciar e de lhe fazer duas perguntas muito breves.
De facto, é uma mudança de paradigma. Gostava de dizer que estas, sim, são propostas de lei que se
apresentem, que têm em conta o que é o gastar dos dinheiros públicos, dos contribuintes e dos portugueses
que estão lá fora. É uma mudança de paradigma porque, se tivermos em conta a execução quer da lei de
programação militar, quer da lei de programação das infraestruturas militares que aqui estamos a discutir e as
atuais leis, aquelas que, a partir de hoje, queremos rever, verificamos que temos uma execução muito
diferente daquela que pretendemos para futuro.
Como tal, Sr. Ministro, pergunto-lhe, em concreto, qual a execução da Lei de Programação das
Infraestruturas Militares desde 2008 até agora?
Em relação à Lei de Programação Militar, quais foram os materiais vendidos desde 2006? O que estava
previsto na Lei de Programação Militar desde 2006 até 2011? Quais os materiais que foram vendidos, em que
prazo e para onde foram os dinheiros dessas vendas?
Sr. Ministro, estas são as perguntas que lhe deixo, porque considero que devemos discutir questões
concretas, como, por exemplo, o que estas leis vêm trazer de novo à defesa nacional e, nomeadamente, à
programação do sistema de forças.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.