O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 46

18

Em terceiro lugar, existe aqui uma série de equívocos, Srs. Deputados. Nós não estamos, de modo algum,

a confundir licenciamento com fiscalização, nem com inspeção. Pelo contrário, foi precisamente por termos

reforçado a nossa capacidade inspetiva e até o orçamento da IGAMAOT (Inspeção-Geral da Agricultura, do

Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território) que se conseguiu criar condições, ao contrário da

generalidade dos outros episódios em termos internacionais, para que a culpa desta vez «não morresse

solteira». E estou a falar do caso concreto da legionella. O problema não foi de legislação, foi de

incumprimento de legislação em Portugal. Foi por isso que a IGAMAOT conseguiu, em articulação com os

serviços de saúde, criar condições para que agora o Ministério Público e os tribunais possam assegurar a

responsabilização de potenciais prevaricadores.

Finalmente, Srs. Deputados, um título, um processo, uma taxa e um gestor. Passará a haver um gestor,

uma pessoa que é responsável, como temos noutras matérias, pelo acompanhamento do processo. Essa é

uma boa notícia para o ambiente, para os cidadãos e para a economia. Só parece não ser uma boa notícia

para a oposição.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia para uma intervenção.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr.ª Presidente, Sr. Ministro, quero dizer-lhe diretamente que

estou absolutamente estupefacta.

Vozes do PSD: — Ah!

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — O Sr. Ministro, nesta segunda intervenção, veio dizer aos

Deputados que podem apresentar apreciações parlamentares. Olhe, Sr. Ministro, muito obrigada pela

informação. Já agora, podia dizer em que condições é que os grupos parlamentares podem apresentar

apreciações parlamentares! O Sr. Ministro gosta de vir aqui debitar o Regimento da Assembleia da República,

mas nós conhecemo-lo e sabemos o que podemos fazer.

Mas, Sr. Ministro, se tinha tanto interesse em ouvir as opiniões alternativas da oposição, tivesse posto o

processo legislativo a decorrer na Assembleia da República. Ou não lhe ocorreu essa possibilidade?

O Sr. João Oliveira (PCP): — Claro!

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr. Ministro, por amor de Deus, tem de haver aqui algum bom

senso no trato que o Sr. Ministro tem com a Assembleia da República, julgo eu.

O Sr. Ministro quer discutir tanto a matéria com o Parlamento que, tendo eu feito perguntas concretas,

singelas, de coisas que me ocorreram — veja bem — ao ler os quatro parágrafos do comunicado do Conselho

de Ministros, tais como: quantos gestores de processo de licenciamento é que decorrerão daqui? como é que

se reorganizarão os serviços? em quanto tempo se diminuirá o processo de licenciamento?, o Sr. Ministro vira-

se para esta bancada e diz: «Sr.ª Deputada, um título, uma taxa…», e pouco mais do que isso!

O Sr. Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia: — Um processo!

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Vá lá, repetiu: um título, uma taxa, um processo.

Então, e as minhas perguntas, Sr. Ministro? Não responde? O diploma não diz? O senhor não tem ideia de

como é que se pode concretizar? Está a ver, Sr. Ministro? Era isto que se queria discutir! Era para este tipo de

pergunta que tinha de trazer resposta. Não trouxe porquê?

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Ele quer lá saber disso para alguma coisa!

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Porque ficou confirmado que o senhor só quis fazer aquilo que eu

disse no início: repetir de quinta a quinta a mesma coisa.