I SÉRIE — NÚMERO 56
18
Espero que o Sr. Deputado Miguel Freitas tenha a capacidade suficiente para ajudar o Secretário-Geral do
seu partido a ser sempre institucional. Sei que não foi apoiante de António Costa, mas pode, agora, apesar de
tudo, dar-lhe alguns conselhos. Espero bem que sim.
Sr.ª Ministra da Administração Interna, ainda relativamente ao que aqui foi referido, foi dada nota de uma
atitude do Ministério da Administração Interna extremamente importante, na nossa perspetiva, e, aliás,
também ela constante da recomendação.
A Sr.ª Ministra referiu que houve 179 ações de treino e de formação que envolveram 4563 operacionais.
Ora, estas ações de formação para os profissionais que estão no terreno vêm no bom sentido e no sentido em
relação ao qual a Sr.ª Ministra começou o seu discurso neste Parlamento, ou seja, no sentido da proteção das
vidas dos bombeiros. Esta é, para nós, uma medida absolutamente prioritária.
A floresta deve ser preservada e devemos todos trabalhar para isso, mas não podemos pôr em causa a
vida dos bombeiros e a vida daqueles profissionais que, todos os dias, combatem os incêndios e protegem as
pessoas e os seus bens. Eles próprios têm de ter a sua proteção e o investimento feito na proteção individual,
no treino e na formação é fundamental.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Tem de concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Abel Baptista (CDS-PP): — Gostaria, ainda, que a Sr.ª Ministra nos dissesse, no âmbito do
encerramento deste debate, qual é o trabalho que está a ser feito nesta matéria, ou seja, na área da
prevenção e da segurança dos bombeiros e na área dos equipamentos de apoio a essa prevenção, bem como
na área de formação e de treino, para que, no momento do combate, não sejam cometidos erros, como,
infelizmente, às vezes, acontece, não por problemas do comando, mas por voluntarismo dos próprios
bombeiros, o que faz com que ponham em causa a sua vida.
Lembro-me de um bombeiro que morreu no meu distrito, em Viana do Castelo, mais concretamente em
Valença, há dois anos, pelo voluntarismo que ele próprio colocou numa ação. Para salvar um equipamento,
acabou por perder a própria vida.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Maurício
Marques.
O Sr. Maurício Marques (PSD): — Sr. Presidente, Sr.ª Ministra, Srs. Secretário de Estado, Srs.
Deputados: Sr.ª Ministra, começo, naturalmente, por me dirigir a si, tendo em conta o facto de esta ter sido a
sua primeira intervenção no Plenário da Assembleia da República. Cumprimento-a, manifestando a nossa
solidariedade e desejando-lhe muita sorte, porque, efetivamente, o combate aos incêndios também tem a ver
com sorte.
Sr.as
e Srs. Deputados, debatemos, hoje, a problemática dos incêndios florestais. Podemos estar divididos
na forma de combater este flagelo, mas estamos unidos, seguramente, nos resultados a atingir.
Sensibilizar a população para a importância da floresta e para os malefícios dos incêndios é e será sempre
um dos objetivos a alcançar.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Maurício Marques (PSD): — Portugal regista, todos os anos — e em alguns exageradamente —, um
elevado número de ignições. Importa, por isso, diminuir drasticamente este número. Sensibilizar e vigiar a
floresta é fundamental para diminuir o número de ocorrências.
Hoje, já muito se falou na prevenção e quase tudo foi dito e bem dito. A prevenção é fundamental para
reduzir o número de incêndios. Diz o povo, e com razão, que prevenir é melhor que remediar.
Não tenhamos ilusões: nunca vamos conseguir erradicar este flagelo — daí a importância do combate.
Temos de ser cada vez mais eficientes, quer na primeira intervenção, quer nas restantes fases do incêndio.