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I SÉRIE — NÚMERO 60

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fazem à economia nacional. O Governo deu aí um excelente exemplo, um primeiro grande exemplo da sua

capacidade de iniciativa.

Como deu esse mesmo passo, fez esse mesmo caminho para a credibilidade perante os parceiros

europeus quando exigiu que fosse criada a união bancária, assumindo, também aqui, que era necessário, para

a consolidação do euro, uma medida, um mecanismo, um instrumento forte, para que todo o conjunto do

edifício do euro pudesse funcionar. Portugal foi responsável também por isso, tendo consolidado a sua

credibilidade em termos europeus.

Agora, nesta fase que estamos a viver, de construção e de olhar para o futuro, de uma perspetiva

estratégica, em termos de País, há uma questão importante: para além daquilo que é relevante falarmos sobre

a Ucrânia e a parceria a Leste, também é importante deslocalizar o centro das preocupações europeias mais

para junto do nosso País. E isto é feito, por exemplo, com a união energética e foi feito, por exemplo, na

Cimeira de Madrid. Importa ver, como me orgulhei de ver, o Sr. Primeiro-Ministro de Portugal, ao lado do

Presidente francês, ao lado do Primeiro-Ministro espanhol e ao lado do Presidente da Comissão Europeia, a

discutir algo que faz parte de uma estratégia europeia; não faz parte, apenas e só, de um projeto nacional, é

algo que ultrapassa a fronteira portuguesa, é algo que ultrapassa a Península Ibérica, que é vencer, pela

primeira vez, uma grande inibição geográfica que existe, pela qual todos nos batemos ao longo de muito

tempo e que importa ressalvar, que é a de ultrapassar os Pirenéus e fazer algo que possa juntar a Europa e

criar uma alternativa ao acesso dos combustíveis a Leste, mostrando à Europa que é possível entrar pela

Península Ibérica.

Mas não foi só isto que foi feito, não foi apenas nesta medida que o Governo português também tomou a

iniciativa de participar. Logo a seguir, soube ir ao norte de África, juntar-se com um Estado amigo, como é o

Estado argelino, que também tem preocupações nesse sentido, e construir aqui uma nova estratégia, uma

nova componente para esta medida. E fê-lo, demonstrando aos argelinos que também é possível construir

energia com recurso à energia verde, como já foi aqui manifestado. Foi Portugal que assumiu isso nesta

mesma Cimeira, respondeu a essa preocupação, mas fez mais: construiu um todo!

Há uma união energética que se pretende, há algo que se faz ao nível ibérico para municiar a Europa em

termos de energia, e isto é feito também com os nossos parceiros do norte de África, viabilizando projetos que

o Governo apresentou, no âmbito do plano Juncker, enquanto iniciativa estratégica nacional de viabilizar o

porto de Sines, de dinamizar a economia dos portos e como forma de dinamizar a economia dos portos, como

forma de dinamizar projetos públicos necessariamente relevantes, como hão de ser aqueles que levarão essa

mesma energia de Sines para o resto da europa. Isso significa que aumentaremos, por essa via, as

exportações, melhoraremos a nossa capacidade económica, a nossa capacidade produtiva e, acima de tudo, a

nossa projeção, a nossa postura e a nossa perspetiva perante os nossos parceiros europeus.

Sr. Primeiro-Ministro, da Grécia não falarei, até porque correria o risco de, entrando lá, sair de lá como

fiscal das finanças.

Protestos do Deputado do PS Ferro Rodrigues.

Por isso, não entrarei nesse tipo de situações ridículas, em que alguns somos menorizados todos os dias.

Mas aquilo que é importante neste debate é deixar claro, a propósito do próximo Conselho Europeu, que se

olhe para toda a política externa europeia, que se olhe para a parceria estratégica a Leste, mas que se deixe

de olhar única e exclusivamente para o Leste e se passe a olhar para a Europa no seu todo. Isto é, a parceria

a Leste deve ser incluída dentro de uma política europeia de vizinhança, deve olhar-se para o conjunto de toda

a Europa e deve olhar-se para a Europa com a preocupação dos quatro pontos cardiais: a Norte, com as

preocupações antárticas e a influência no ambiente; a Oeste, com a necessidade de olharmos para o Atlântico

e também para o desenvolvimento do TTIP e do positivo que isso pode ser para a economia europeia e

também, necessariamente, para a economia nacional; a Leste, não podemos deixar de nos preocupar com a

Ucrânia.

Mas não podemos deixar de olhar para o Sul, para o Mediterrâneo. Não se trata, apenas e só, de olhar

para o Mediterrâneo como uma questão de terrorismo, apenas e só de olhar para o Mediterrâneo com um

problema da Líbia; trata-se de olhar para o Mediterrâneo na conjugação de garantir as democracias que lá

existem, de garantir, por exemplo, que a Tunísia continue a ser um exemplo para todos os Estados que