12 DE MARÇO DE 2015
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É esse Governo que o PS, o PCP e o Bloco de Esquerda aqui apoiam. É importante ver como comentam
estas declarações indecorosas!
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
O Sr. Vitalino Canas (PS): — Não confunda a Europa com a Grécia!
O Sr. José Ribeiro e Castro (CDS-PP): — Bem sei que este Ministro não é do Syriza. Dir-se-ia que é a
«syriza» em cima do bolo, ou, então, no bolo-rei que saiu ao Syriza, não sabemos se é a fava ou se é o
brinde…
Risos do CDS-PP.
Mas, enfim, talvez o Bloco nos possa esclarecer.
Mas isto é de uma gravidade extrema!
Por último, queria referir-me à Cimeira de Madrid, que foi, de facto, um êxito extraordinário e, por isso,
lamento que tenha merecido tão pouca atenção em Portugal.
Devo dizer que, no Conselho de outubro, quando Portugal ganhou, com um forte contributo e impulso do
Governo português, o pacote da energia, tive dúvidas que se pudesse andar tão depressa, mas, de facto, tem-
se andado extraordinariamente depressa. Essas decisões foram consolidadas no Conselho seguinte; e, agora,
na Cimeira de Madrid, deram um passo importantíssimo e estou certo de que serão um prato forte também na
próxima reunião do Conselho, de 19 e 20 de março.
O que tem a ver também com razões de segurança, porque é evidente que, infelizmente, a deterioração da
situação na fronteira leste e também no norte de África aumenta a importância do abastecimento de gás
através dos portos da Península Ibérica, nomeadamente do de Sines. Portanto, aumenta a oportunidade e o
interesse, do ponto de vista económico, do ponto de vista energético e do ponto de vista da segurança
europeia, dos nossos portos, designadamente do de Sines, como disse, no sentido de que o gás vindo da
Venezuela, da Nigéria, de Angola ou de outras fontes possa, por gasodutos — já se fala num iberian stream —
, abastecer os mercados da Europa central e constituir uma alternativa ao abastecimento que vem apenas da
Rússia. Isto é muito importante, pelo que saudamos também esta valência do gás, assim como os passos
dados em relação à eletricidade e, ainda, as relações de normalização de preços da energia no quadro
europeu.
Sabemos que a nossa indústria ainda se queixa de uma eletricidade muito cara — ainda recentemente
houve notícias preocupantes quanto à fábrica da Peugeot em Mangualde. É um esforço que tem vindo a ser
feito pelo Governo, que precisa de ser continuado e que, obviamente, será muito mais fácil, quando o mercado
energético europeu estiver a funcionar plenamente e a economia puder operar sem esconderijos para
privilégios e rendas excessivas.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
A Sr.ª Presidente: — Também para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado António Rodrigues.
O Sr. António Rodrigues (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro e Srs. Membros do Governo,
Sr.as
e Srs. Deputados: Este debate visa fixar a posição de Portugal, do Governo perante o Parlamento, para
que o Parlamento se possa pronunciar relativamente a opções que são determinantes para o País. E as
posições são determinantes para o País, mas apenas podem fazer fé se o País tiver credibilidade, se o País
tiver capacidade de fazer valer os seus pontos de vista perante os seus parceiros europeus.
Ao longo destes últimos três anos, Portugal conseguiu isso, não apenas por aquilo que realizou
internamente, mas também por aquilo que fez em termos da própria Europa, por aquilo que manifestou, que
apresentou, que assumiu e que foi interiorizado pela Europa como iniciativa, como capacidade. Foi o que
sucedeu, por exemplo, no acordo de parceria, em que fomos os primeiros a apresentar um documento formal
perante a Europa, onde se assumia a necessidade de fundos estruturais e o bem que esses fundos estruturais