I SÉRIE — NÚMERO 62
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Aplausos do PS.
Prometeram, na campanha eleitoral, defender os contribuintes e quando chegam ao Governo, quando são
desafiados a mostrar essa convicção, rejeitam as propostas de defesa dos contribuintes.
Depois, queria também dizer que Portugal está diferente; quanto mais não seja, faltam seis meses para as
próximas eleições e para o fim do mandato deste Governo!
Aplausos do PS.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Ah! São «tachos» o que os senhores querem!
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra, para pedir esclarecimentos, o Sr. Deputado José Soeiro, a quem dou
de novo as boas-vindas.
O Sr. José Moura Soeiro (BE): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, as minhas primeiras palavras
são de incentivo e de respeito pelo meu camarada João Semedo, que sei que todos desejamos que recupere
rapidamente.
Aplausos gerais.
Muito obrigado!
Sr. Deputado João Paulo Correia, saúdo a estada do Partido Socialista no distrito do Porto e acompanho o
retrato-diagnóstico que faz.
O distrito do Porto tem sido particularmente castigado pelo empobrecimento e pelas políticas de
austeridade: redução do salário médio; aumento do desemprego, com 71% de desempregados de longa de
longa duração; aumento da pobreza, o que é particularmente chocante num distrito em que existe desperdício
do potencial.
Queria dizer-lhe também que há exemplos de luta que nos dão esperança. Hoje mesmo, os trabalhadores
da Efacec retomaram uma greve, por um mínimo de justiça, numa empresa em que o salário do administrador
é 44 vezes superior ao do trabalhador, que é quem faz a riqueza da empresa. Era importante que nessa luta
houvesse a solidariedade concreta de todos os Deputados do distrito ou dos trabalhadores.
Os trabalhadores da Unicer juntaram-se para garantir a integração de um trabalhador precário e fizeram
uma greve que foi vitoriosa. Teria sido importante terem a solidariedade concreta de todos os Deputados do
distrito.
Refiro ainda a luta que hoje se faz pelos transportes públicos. Veja-se o que está a acontecer com a
concessão aos privados da STCP e com o esvaziamento da empresa com a redução de 329 trabalhadores, o
que significa a degradação do serviço para os utentes. Seria importante que essa solidariedade concreta
existisse por parte de todos os Deputados do distrito.
Refiro ainda o que é feito hoje nas redes de combate à pobreza, na auto-organização dos sem-abrigo ou a
resistência no campo da investigação científica, onde a teimosia e a paizão pelo conhecimento vão
assegurando que alguns projetos não sejam interrompidos, apesar dos cortes das bolsas.
Sr. Deputado, hoje, mais do que nunca, a escala local, a escala nacional e a escala europeia estão
absolutamente interligadas.
Os problemas do Porto não se resolverão apenas com uma ação de âmbito local no Porto. Era importante,
por isso, que se ouvisse alguma coisa de esquerda vinda do PS sobre o que hoje, estrangulando o País e a
Europa, também estrangula o Porto. Estou a falar de austeridade, do que garante a continuação da
austeridade, do tratado orçamental, do debate sobre a dívida à escala nacional e europeia, da solidariedade
que no Porto, no País e na Europa precisa de existir entre todos aqueles que consideram que a austeridade
não é solução, que o tratado orçamental não é solução e que é preciso resolver o problema da dívida para pôr
o País a crescer e, portanto, para resolver os problemas do distrito.
Aplausos do BE.