19 DE MARÇO DE 2015
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Passamos à declaração política do CDS-PP, para o que tem a palavra o Sr. Deputado Rui Barreto.
O Sr. Rui Barreto (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Estamos hoje em melhor condição
do que em 2011.
Bem sei que, face aos enormes constrangimentos a que estivemos sujeitos, a perceção das melhorias
ainda não é generalizada. Mas é um facto que um conjunto de indicadores comprovam isso. Senão, vejamos,
depois de anos de recessão económica, Portugal voltou ao crescimento: mais 0,9%, em 2014, e as previsões
de crescimento positivo são de 1,5%, já em 2015.
Depois de termos atingido, em inícios de 2013, perto de 18% de desemprego, hoje a taxa situa-se já nos
13,5%.
Estamos hoje também mais presentes no mundo, com as exportações a crescerem, com mais empresas a
exportarem e com maior peso no PIB português.
O turismo, principal atividade exportadora, é a mola incontornável no crescimento, para não falar também
no agroalimentar ou no agroindustrial.
Portugal voltou a ser credível e tem hoje as mais baixas taxas de juro dos empréstimos dos últimos 15
anos, mas não estamos satisfeitos. Temos enormes desafios pela frente. No entanto, não posso deixar de
registar esta tendência.
Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, durante algum tempo, muitos criticaram a suposta posição suave
do Governo português em Bruxelas e, por isso, os factos desmentem os que têm sustentado a ideia de que
Portugal e o Governo da República não têm sido firmes em Bruxelas. Passo a dar alguns exemplos que
contraditam essas críticas.
Primeiro exemplo: contra as recomendações de algumas organizações internacionais, o salário mínimo
nacional foi aumentado a cerca de meio milhão de portugueses.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Bem lembrado!
O Sr. Rui Barreto (CDS-PP): — Segundo exemplo: como madeirense, não posso ignorar que a Madeira
recebeu, por estes dias, uma excelente notícia, uma notícia que bem necessitava para dar uma nova
esperança aos madeirenses e aos porto-santenses, uma notícia em relação à qual este Governo tem um
indiscutível mérito. Falo do novo regime para o Centro Internacional de Negócios da Madeira, aprovado em
Bruxelas, que dará nova dinâmica à praça portuguesa, permitindo, segundo dados revelados pela própria
Sociedade de Desenvolvimento da Madeira, concessionária do Centro Internacional de Negócios, duplicar as
receitas fiscais no prazo de cinco anos.
A conclusão do quarto regime de incentivos, recentemente aprovado, que ainda carece de adaptação ao
direito português, oferece competitividade e previsibilidade até 2027. Essas condições são semelhantes
àquelas que outras zonas de baixa tributação fiscal oferecem em países como Luxemburgo, Malta, Chipre e
ilhas Canárias, pertencentes ao território espanhol.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Muito bem!
O Sr. Rui Barreto (CDS-PP): — Sr.ª Presidente e Srs. Deputados, creio não ser preciso lembrar a
necessidade que a Madeira tem, hoje, de aumentar a sua receita fiscal sem ser por via do aumento de
impostos sobre as empresas e as famílias, que hoje estão asfixiadas por uma carga fiscal excessiva. A carga
fiscal pode e deve ser revista assim que se der por encerrado o Programa de Ajustamento Económico e
Financeiro.
Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, o mérito é para ser dado a quem o tem. Ficar-me-ia mal, enquanto
madeirense e enquanto Deputado eleito pelo círculo da Madeira, não reconhecer o mérito deste Governo da
República, que conseguiu reabrir as negociações com a Comissão Europeia e que conseguiu levá-las a bom
porto, abrindo uma janela de esperança para aquela região.
Compete-me também reconhecer o mérito das autoridades regionais e da Sociedade de Desenvolvimento
da Madeira (SDM), que muito trabalhou, desde a criação do Centro Internacional de Negócios, para mantê-lo
atuante e competitivo, mesmo perante todos os constrangimentos que teve de enfrentar.