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I SÉRIE — NÚMERO 62

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discutido em Conferência de Líderes, a propósito da possibilidade de agendar iniciativas sobre a Madeira, que

a Assembleia da República não deveria intervir na campanha eleitoral na Região Autónoma da Madeira. Todos

os grupos parlamentares concordaram com isso, não houve agendamentos sobre matérias relacionadas com

a Região Autónoma da Madeira,…

O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!

O Sr. António Filipe (PCP): — … porque isso poderia interferir na campanha eleitoral. Aliás, Sr. Deputado,

o Grupo Parlamentar do PCP fez, recentemente, jornadas na Madeira e trouxe de lá muitas preocupações,

desde logo, com a dupla austeridade imposta pelo Governo Regional e pelo Governo da República, que o

senhor aqui tanto elogiou, mas também preocupações com a falta de reconstrução de muitas habitações

destruídas, aquando das intempéries de 2010, e preocupações com uma gravíssima situação social e laboral

que se vive na Região Autónoma da Madeira, designadamente no setor da hotelaria e turismo, com níveis de

precariedade laboral inaceitáveis.

Mas, Sr. Deputado, nós respeitamos aquilo que foi acordado entre todos os grupos parlamentares e

entendemos que a campanha eleitoral da Madeira deve ser feita na Região Autónoma da Madeira e não deve

ter lugar aqui, na Assembleia da República.

A Sr.ª Inês de Medeiros (PS): — Até é ilegal!

O Sr. António Filipe (PCP): — Claro que o Sr. Deputado teve de pagar um tributo à sua bancada e à

coligação que governa o País: «Bem, o senhor fala, mas só pode elogiar o Governo, não pode criticar o

Governo». E é extraordinário que o Governo lhe mereça tantos elogios, quando o Sr. Deputado nem sequer

votou a favor do Orçamento do Estado para 2015 que este Governo propôs a esta Assembleia.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Bem lembrado!

O Sr. António Filipe (PCP): — Mais: estou convencido, e o Sr. Deputado desmentir-me-á se assim não for,

de que o Sr. Deputado só não votou contra, porque não sabia que os Srs. Deputados do PSD/Madeira iam

votar contra e, por isso, o Sr. Deputado foi apanhado com um pé no ar e só se absteve.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Isso não é verdade!

O Sr. António Filipe (PCP): — Portanto, Sr. Deputado, repito, tem toda a legitimidade para dizer o que

entende — um Deputado exerce livremente o seu mandato —, mas não podemos deixar de lhe dizer que é

uma enorme quebra de lealdade para com o que foi assente entre todas as bancadas, inclusivamente até com

uma forte intervenção do Governo nesse sentido, e uma total falta de ética no relacionamento parlamentar

pretender instrumentalizar a Assembleia da República para intervir na campanha eleitoral da Região

Autónoma da Madeira, coisa que todos os outros grupos parlamentares se abstiveram de fazer.

Aplausos do PCP.

A Sr.ª Presidente: — Ainda para formular perguntas, tem a palavra o Sr. Deputado Jacinto Serrão.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, peço a palavra para uma interpelação à Mesa sobre

a condução dos trabalhos.

A Sr.ª Presidente: — Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, queria só esclarecer um equívoco que está aqui a

ser criado, aliás, foi criado de forma mais elegante pelo Sr. Deputado Pedro Filipe Soares e, por isso, não

entendi, nesse momento, dever fazer qualquer pedido de interpelação à Mesa, mas, agora, está a falar-se em