19 DE MARÇO DE 2015
21
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Coisa bem diferente, Sr.ª Presidente, é o debate político e
parlamentar que aqui se faz por ocasião das declarações políticas.
Vozes do PSD: — Claro!
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — O Grupo Parlamentar do Partido Comunista Português não pode,
nem deve, querer arrogar-se no direito de escolher os temas das declarações políticas que cada um dos Srs.
Deputados faz.
Sr.ª Presidente, coloco uma questão retórica: quando nos aproximarmos das eleições legislativas que aí
vêm, o Partido Comunista Português abster-se-á de, neste Plenário, fazer campanha eleitoral?
Protestos do PCP.
Não me parece que assim seja, Sr.ª Presidente.
Aplausos do PSD.
O Sr. João Oliveira (PCP): — A Assembleia encerra!
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, como devem imaginar, a Conferência de Líderes estabeleceu um
critério formal; a partir daí, é muito difícil estabelecer os limites. Nós sabemos que é! E, portanto, a Mesa não
pode sindicar mais do que isto. Não se trata de uma iniciativa legislativa, o resto fica ao sabor do debate
democrático. Todos os Srs. Deputados expuseram as suas razões, pelo que não posso adiantar mais senão
ouvir-vos nesta matéria.
Srs. Deputados, vamos prosseguir com as perguntas ao Sr. Deputado Rui Barreto.
Para o efeito, tem a palavra o Sr. Deputado Jacinto Serrão.
O Sr. Jacinto Serrão (PS): — Sr.ª Presidente, quero lamentar esta situação que se está a acontecer, neste
momento, na Assembleia da República, porque há, de facto, a violação de um compromisso ou de um
entendimento por força de uma vontade da maioria (do PSD e do CDS) que, em Conferência de Líderes,
inviabilizou o agendamento de uma iniciativa do Partido Socialista que recomendava ao Governo da República
— e, que eu saiba, o resgate continua em vigor, independentemente das eleições da Madeira,
independentemente do futuro Governo! — que tomasse iniciativas para resolver o grave problema dos juros
que são praticados na Região Autónoma da Madeira.
O CDS resolveu violar esse compromisso. Saberão os madeirenses tirar as devidas ilações, devido a este
oportunismo de natureza político-partidária eleitoralista.
Já agora, começaria por uma pergunta em relação à iniciativa que o Partido Socialista apresentou.
O Governo da República está a exigir juros muito mais elevados pela linha de financiamento que concedeu
à Região Autónoma da Madeira do que aqueles que está a conseguir, fruto das políticas do BCE, pelo
financiamento nos mercados. A pergunta que se coloca é se, de facto, o Sr. Deputado, que é do CDS e faz
parte do Governo, acha legítimo que o Governo da República, da sua cor partidária, continue a exigir aos
madeirenses, a uma região que está sob resgate, juros mais elevados, mais 350 milhões de euros, do que
aqueles que pode conseguir nos mercados a nível internacional.
Outra questão que eu gostaria de ver esclarecida diz respeito à sua intervenção. O Sr. Deputado veio fazer
um discurso — aliás, não só o CDS/Madeira mas também aqui, a nível nacional, já nos habituaram a isso —
no sentido de sacudir as responsabilidades da governação do País, que tem reflexos — e de que maneira! —
na Região Autónoma da Madeira.
Os Srs. Deputados de outros partidos da oposição já se referiram a um conjunto de medidas do Governo
da República, da sua cor partidária, Sr. Deputado, que são altamente criticadas pelo CDS/Madeira e pelo
próprio Sr. Deputado na Região Autónoma da Madeira, mas aqui o Sr. Deputado não tem coragem de o fazer.
O Sr. Deputado aqui não tem coragem de criticar, como faz na Região Autónoma da Madeira para os