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I SÉRIE — NÚMERO 62

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O Sr. Rui Barreto (CDS-PP): — Não escamoteie! O Sr. Deputado conhece as posições que tivemos, e que

eu próprio tive, aliás, posições muito firmes, mas que o Sr. Deputado — a quem prezo — não teve em

algumas circunstâncias, e devia tê-las tido.

Protestos do Deputado do PS Jacinto Serrão.

Em relação à matéria em apreço, respondo-lhe: estou de acordo — eu próprio já tomei diligências — sobre

as operações de troca de dívida para baixar os juros do plano de ajustamento. Mas o Sr. Deputado também

sabe que, em relação aos 1500 milhões que foram obtidos pelo empréstimo a 23 anos, a amortização terá

lugar a partir de janeiro de 2016, mas cabe ao futuro Governo Regional da Madeira, seja de que cor partidária

for e de quem for, solicitar ao Governo da República essa negociação.

Agora, não me esqueço de uma coisa, Sr. Deputado: é que, em 2011, as taxas de juros dos empréstimos a

1, a 5 e a 10 anos estavam acima dos dois dígitos e, hoje, estão a 0,5%, a 1,5% e a menos de 2%, a 10 anos.

E isso deve-se também à ação deste Governo para possibilitar aquilo que o Sr. Deputado está agora a pedir.

O que o Sr. Deputado está agora a reconhecer é o esforço que foi feito pelos portugueses e por este

Governo para baixar os juros e, seguramente, por pedido e solicitação do futuro Governo, para baixarem

também os encargos para os madeirenses.

A Sr.ª Presidente: — Queira concluir, Sr. Deputado.

O Sr. Rui Barreto (CDS-PP): — Não tenho dúvidas de que essa será também uma das primeiras medidas

que o futuro Governo terá para reduzir, também aí, os encargos para todos os madeirenses.

Aplausos do CDS-PP.

Protestos do PS.

A Sr.ª Presidente: — Conclui-se aqui a declaração política do CDS-PP.

Passamos à declaração política do PCP. Tem a palavra o Sr. Deputado Paulo Sá.

O Sr. Paulo Sá (PCP): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: As opções ideológicas do Governo e da maioria

PSD/CDS que o suporta podem ser condensadas na expressão popular «dois pesos e duas medidas».

Para o grande capital, para os senhores do dinheiro, todas as facilidades. Para os trabalhadores, para o

povo, brutais sacrifícios.

Todos os sacrifícios impostos nos últimos anos pelos PEC e pelo Programa da troica recaíram, e

continuam a recair, sobre os trabalhadores e o povo. No reverso da medalha, o grande capital, nacional e

transnacional, foi, e continua a ser, o beneficiário desta política, apropriando-se de parcelas crescentes da

riqueza nacional.

Dois pesos e duas medidas: cortam-se salários para se continuar a pagar juros de uma dívida pública que

não para de crescer; confiscam-se pensões, mas os encargos com as parcerias público-privadas continuam a

aumentar; os portugueses são confrontados com brutais aumentos do IMI, mas as grandes empresas e os

grupos económicos pagam cada vez menos impostos; o Governo penhora a casa a quem tem pequenas

dívidas ao fisco, mas cria uma lista VIP, deixando por esclarecer se todos os cidadãos ou apenas alguns têm

direito à proteção dos seus dados fiscais, se todos ou apenas alguns ficam sujeitos às medidas de combate à

fraude e à evasão fiscais.

Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: Os mais recentes desenvolvimentos confirmam a existência de uma lista

VIP de contribuintes.

Bastou uma semana, apenas uma semana, para que as afirmações do Primeiro-Ministro aqui, no

Parlamento, fossem desmentidas. A lista VIP existe, mas mantêm-se as dúvidas sobre quem a pediu, quem

definiu os seus objetivos, quem decidiu que nomes a integram. De acordo com notícias vindas a público, a lista

poderá ter sido fornecida pelo Governo, através do Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, à