19 DE MARÇO DE 2015
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O Sr. Rui Barreto (CDS-PP): — Muito obrigado, Sr.ª Presidente.
Quero dizer ao Sr. Deputado António Filipe, do Partido Comunista Português, que aquilo que acabou de
reler, o relatório da Conferência de Líderes, fala em iniciativa legislativa. Eu não apresentei aqui nenhuma
iniciativa legislativa, fiz uma declaração política sobre temas nacionais, porque, quer queira quer não, a
Madeira também faz parte do território nacional, e nela inclui duas matérias que foram negociadas pelo
Governo português em Bruxelas.
Portanto, tenho essa legitimidade,…
O Sr. António Filipe (PCP): — Não precisa de arranjar desculpas!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Não são desculpas, é como é! O senhor é que devia pedir desculpa!
O Sr. Rui Barreto (CDS-PP): — … o Sr. Deputado sabe que tenho essa legitimidade e que a declaração
que fiz não tem nada do caminho ou da deriva que aqui quis deixar.
Mas se o Sr. Deputado acha que eu estive aqui a fazer uma intervenção de campanha, convido-o a ir à
Madeira e vai ver lá o teor das minhas declarações em campanha…
O Sr. António Filipe (PCP): — Não preciso que me convide!
O Sr. Rui Barreto (CDS-PP): — … e vai ter a noção da diferença entre as intervenções que faço aqui e as
que faço lá.
O Sr. António Filipe (PCP): — Também não duvido de que deve ser muito diferente!
O Sr. Rui Barreto (CDS-PP): — Contudo, gostaria de lhe dizer — aliás, o Sr. Deputado não quer dizer,
mas sabe — que a consequência do plano de ajustamento aqui, em Portugal, e que foi estendido às regiões
autónomas é uma consequência da dívida de Governos do Partido Socialista.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!
O Sr. Rui Barreto (CDS-PP): — O plano de ajustamento, a condicionalidade, aquilo que foi imposto para
anular desequilíbrios orçamentais e que tivemos durante três anos mas que nos livrámos a 17 de maio de
2014 foi uma consequência do plano de ajustamento assinado pelo Partido Socialista, a que se adicionou um
plano de ajustamento na Madeira.
Dou-lhe um exemplo, Sr. Deputado: por que é que numa região não persiste o diferencial fiscal e noutra
persiste? O Sr. Deputado sabe porquê! Porque o Governo Regional da Madeira teve de pedir um resgate e ao
pedir o resgate tinha de ficar sujeito a essa condicionalidade que foi imposta também aqui, a nível nacional.
Do que eu gostaria era que na Madeira tivéssemos o diferencial fiscal. Vivemos numa região autónoma, e
no Porto Santo ainda é pior, como o Sr. Deputado também sabe, porque lá vai algumas vezes.
Por isso, o que temos de fazer é encontrar medidas e soluções para que possamos devolver esse
diferencial fiscal e a qualidade de vida às pessoas que já a tiveram no passado.
Respondendo ao Sr. Deputado Jacinto Serrão, devo dizer que sempre assumi as consequências e nunca
votei favoravelmente nenhum Orçamento do Estado. Estou muito à vontade sobre isso e o Sr. Deputado sabe-
o.
O Sr. Deputado é que noutros tempos e noutras alturas em que se aprovavam diplomas na República que
prejudicavam a Madeira e os madeirenses se colocou de um lado, e os madeirenses sabem-no.
Protestos do PS.
Sr. Deputado, o caos?! O caos foi o PS ter governado tanto tempo!
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!