I SÉRIE — NÚMERO 62
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Finalmente, e não menos importante, destaco o empenho notável de todos os trabalhadores do Centro
Internacional de Negócios, representados pela sua associação profissional, que nunca, em circunstância
alguma, baixaram os braços e procuraram sempre, em articulação com a SDM, sensibilizar os madeirenses e
os restantes cidadãos nacionais para a importância do Centro como instrumento gerador de emprego e como
elemento nuclear para diversificar a economia regional.
Recordo-vos que no Centro trabalham cerca de 3000 trabalhadores, maioritariamente quadros técnicos
especializados. De outra forma, teriam de deixar a região para procurar sustento noutras paragens. Se calhar,
em outras praças, concorrentes da portuguesa!
Sr.as
e Srs. Deputados, os papéis desempenhados por este Governo da República e pelo Governo anterior
são absolutamente contrastantes e é fundamental recordá-los.
Lembro que, no tempo do Eng.º Sócrates e do executivo do PS, o Estado português rompeu,
unilateralmente, as negociações que mantinha com Bruxelas referentes ao novo quadro de incentivos do
Centro Internacional de Negócios, colocando, sem que nunca tivesse explicado as razões, a sobrevivência do
Centro em sério risco.
Aplausos do CDS-PP.
Foram, sim, anos perdidos, anos de retrocesso, anos de luta pela sobrevivência, anos de ansiedade, anos
de saída de empresas, anos de perda de postos de trabalho, anos de medo e até anos de receio.
Por que é que o Governo do Eng.º Sócrates e do PS assim o entendeu, Sr.as
e Srs. Deputados? Existem
perguntas às quais apenas a História poderá responder.
Um dia, alguém mais habilitado do que nós certamente fará a história desses anos e, nesse dia,
perceberão as motivações do executivo socialista. Por enquanto, ninguém as entende, muito menos os
cidadãos da Madeira e de Porto Santo, os mais prejudicados, entre todos os portugueses, com a situação
então criada.
Esperamos, agora, que o PS tenha percebido a sua importância e que para o futuro caminhemos juntos em
defesa do que é nosso.
Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, o Centro Internacional de Negócios inclui o Registo Internacional
de Navios da Madeira (MAR), que também tem excelentes notícias.
Em 2014, o MAR cresceu significativamente no que respeita ao número de navios registados, tendo a
idade média dos mesmos descido consideravelmente. Fruto desse crescimento, o Registo é já o quarto maior
da Europa e, caso sejam resolvidos alguns constrangimentos, poderá ser, a curto e médio prazo, o maior da
Europa.
Recordo, por exemplo, a ratificação, nesta Assembleia da República, por proposta do Executivo, da
assinatura da Convenção do Trabalho Marítimo (MLC), o que contribuiu para a competitividade do MAR.
Sr.as
e Srs. Deputados, o MAR é fundamental para renovar a marinha mercante portuguesa e para dar
relevo ao País nas instâncias internacionais. É um instrumento importante na estratégia para os oceanos, que
este Governo em tão boa hora lançou. É, ainda, um instrumento para a criação de emprego e para dar novas
oportunidades aos jovens que optam por carreiras ligadas ao mar e à navegação, nomeadamente aos jovens
saídos da Escola Náutica Infante D. Henrique e de outras escolas que possam vir a ser criadas.
Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, a este Governo, os madeirenses e todos os portugueses devem
reconhecer o mérito do dever cumprido naquilo que respeita ao Centro Internacional de Negócios da Madeira.
O cumprimento desse dever permitirá à Região aumentar as suas receitas fiscais, o que, dependendo da
decisão do futuro governo regional, poderá contribuir para desagravar a carga fiscal que hoje recai sobre as
famílias e sobre as empresas da Região.
Termino, dizendo que juntos fazemos melhor por todos.
Aplausos do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Inscreveram-se, para pedir esclarecimentos, os Srs. Deputados Pedro Filipe Soares,
Hugo Velosa, António Filipe e Jacinto Serrão.
O Sr. Deputado Rui Barreto informou a Mesa que pretende responder em conjuntos de duas perguntas.