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19 DE MARÇO DE 2015

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O Sr. Jorge Fão (PS): — Muito bem!

O Sr. Paulo Pisco (PS): — Esse programa, por isso mesmo, por aquilo que foi aqui dito, pelas poucas

medidas que dele constam, é um mero ato de propaganda eleitoral, até porque nem sequer tem verbas

atribuídas, nem sequer se sabe de que forma vai funcionar, nem quantos portugueses vai abranger. Isto é

verdadeiramente um ato de propaganda e de «venda de banha da cobra».

Depois, para que os portugueses possam voltar para Portugal, eles precisam de acreditar no País. E a

verdade é que os portugueses não acreditam, porque aquilo que este Governo finge dar com uma mão tira

realmente com a outra.

Portanto, o Governo e até o Primeiro-Ministro, que passaram o tempo inteiro a mandar emigrar os

portugueses, agora vêm arranjar umas medidas mal refletidas, mal-amanhadas, feitas verdadeiramente à

pressa, para fazer crer que quer que os portugueses regressem.

Mas a verdadeira convicção e a verdadeira filosofia deste Governo é que quer que os portugueses fiquem

lá e quer que os portugueses vão embora. Aliás, ainda recentemente, em finais de fevereiro, a própria Ministra

das Finanças disse que aqueles que são jovens, estão desempregados e têm uma formação, o melhor é

partirem à procura de oportunidades por esse mundo fora, seguindo aquela que é uma boa tradição do PSD e

deste Governo, que é mandar os portugueses emigrar, e que atingiu a verdadeira loucura quando o

Eurodeputado Paulo Rangel até sugeriu a criação de uma agência para facilitar a emigração.

Portanto, aquilo que é preciso que os portugueses saibam é que este programa aqui referido é um

programa voltado para a emigração. E, das 102 medidas que dele constam, apenas três poderão,

eventualmente, trazer alguma novidade — e isto nunca foi referido. É que a finalidade deste programa é

verdadeiramente enganar os portugueses.

Protestos do Deputado do PSD Alberto Gonçalves.

O que queria perguntar ao Sr. Deputado CarlosGonçalves é se não acha verdadeiramente ridículo que,

tendo ao longo destes anos emigrado mais de 350 000 portugueses, o Governo venha agora querer apoiar 30

a 40 projetos. E para todos os outros que partiram, para todas as famílias que partiram com crianças em idade

escolar, não há uma palavra?!

E diga lá, Sr. Deputado: o que vão fazer com todos aqueles portugueses que, por razões de sobrevivência,

estão a fazer trabalhos que não têm rigorosamente nada a ver com a sua formação, portugueses esses que,

sendo diplomados, estão a trabalhar nas obras ou a fazer limpezas? O que é que o Governo vai fazer com

estas pessoas? Por que é que o Governo não lhes dedicou alguma reflexão neste programa?

Diga lá, Sr. Deputado! E, de uma vez por todas, parem de enganar os portugueses, quer os que estão cá

quer os que estão fora do País.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (Miranda Calha): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado José

Moura Soeiro.

O Sr. José Moura Soeiro (BE): — Sr. Presidente, Sr. Deputado CarlosGonçalves, percebo que, no

entusiasmo do jogo parlamentar, invoque os elogios de António Costa e de François Hollande à situação em

que o seu Governo deixou o País.

Mas, francamente, o Sr. Deputado acredita mesmo naquilo que disse sobre o País? Acredita mesmo?! O

Sr. Deputado disse que o País hoje é um país diferente. É verdade, é um País diferente, desde logo, porque

tem, pelo menos, menos 360 000 pessoas que abandonaram o País. Agora, é um País melhor? Acredita

nisso, Sr. Deputado?!

Sr. Deputado, ouvi-o com atenção, já depois de ter lido o Plano Estratégico para as Migrações,

apresentado pelo Governo, mas não ouvi nada sobre a emigração escrava, que continua a haver — o

regresso de emigrantes era também o tema, não era, Sr. Deputado? —, sobre a criação de emprego em