4 DE ABRIL DE 2015
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O Sr. José Magalhães (PS): — Portanto, Sr.ª Presidente, vamos ao trabalho. Obrigado pelas vossas
contribuições.
Talvez tenhamos dado hoje um bom passo em frente.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Sr.as
e Srs. Deputados, vamos prosseguir os nossos trabalhos com o
terceiro ponto da nossa ordem do dia, que consiste na discussão conjunta, na generalidade, dos projetos de lei
n.os
795/XII (4.ª) — Integra a sinistralidade rodoviária como um novo objetivo dos conselhos municipais de
segurança — procede à primeira alteração à Lei n.º 33/98, de 18 de julho, que cria os conselhos municipais de
segurança (PSD e CDS-PP) e 838/XII (4.ª) — Primeira alteração à Lei n.º 33/98, de 18 de julho, integrando a
violência doméstica no âmbito dos objetivos e competências dos conselhos municipais de segurança (BE).
Para apresentar a iniciativa do PSD e do CDS-PP, tem a palavra a Sr.ª Deputada Carina Oliveira.
A Sr.ª Carina Oliveira (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: O PSD e o CDS apresentam este
projeto de lei cientes da responsabilidade desta Casa, da Assembleia da República, nas matérias que à
segurança rodoviária dizem respeito.
O caminho seguido até aqui por esta Assembleia tem sido de muita atenção, de muito acompanhamento,
de diálogo e colaboração com todos os parceiros que à mesma mesa, com a mesma visão, com muita
objetividade, pretendem encarar estes problemas, porque de defender a vida se trata.
É animador constatar que matérias como a criminologia, a marginalidade, a exclusão social são já
contempladas pelos conselhos municipais de segurança, criados em 1998. Não poderíamos deixar de
considerar que estes órgãos tivessem uma atenção sobre estes assuntos — é quem está mais próximo dos
cidadãos e dos problemas. Recordo que estamos na década europeia para a segurança rodoviária. É
fundamental uma ação concertada entre a administração central e a administração local.
Numa breve vista à última década no País, desde 2003, há 10 anos o número de mortes em acidentes de
viação era de 1356 vítimas. Em 2013, o número de vítimas mortais foi de 518. Estas cifras ilustram bem o
caminho que o nosso País percorreu a este nível.
O trabalho não deve, contudo, terminar na análise dos números. Há muitas matérias que merecem a
reflexão de todos e o combate generalizado, principalmente quando percebemos que uma grande parte das
vítimas mortais provém, hoje, de acidentes em meio urbano. Os arruamentos, segundo o relatório da
Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária em 2013, números fechados, são responsáveis pela morte de
144 das 518 vítimas da mortalidade nestas estradas. O número de mortes, ao nível dos peões, foi de 95,
sendo que dentro das localidades se verificou a morte de 70 peões.
No que respeita à sinistralidade rodoviária, é necessário, então, traçar metas locais. É fundamental integrar
a matéria da segurança rodoviária nos concelhos municipais de segurança, o que se justifica também pelo
facto de estar em elaboração uma série de planos municipais de segurança rodoviária e — voltamos a dizê-lo
sem medo — o que até aqui era facultativo tem de passar a ser obrigatório. Foi um compromisso assumido
enquanto Coordenadora do Grupo de Trabalho de Segurança Rodoviária nesta Casa e nesta bancada tudo
faremos, e sei que na do CDS também, para que este trabalho veja brevemente a luz do dia.
Tem de ser coordenado e homogeneizado a nível nacional: a homogeneização de traçados, da sinalização
vertical à sinalização horizontal. Hoje, cada rua tem o seu sinal, cada passadeira é sinalizada na rua A e na
rua B de forma diferente, nos vários concelhos deste País nada está harmonizado — geometrias e materiais. É
necessário tornar as cidades mais intuitivas, mais seguras e que sirvam verdadeiramente as necessidades dos
cidadãos, enfim, harmoniosas.
Sei que Deputados, autarquias locais, polícia, governos e cidadãos, todos partilhamos da mesma meta,
que é salvar vidas na estrada, e hoje é mais um passo nessa direção.
Conjuntamente com esta iniciativa, foi arrastado um projeto de lei do Bloco de Esquerda relativamente à
integração da violência doméstica como uma das matérias a ser igualmente tratada no seio destes órgãos.
Pessoalmente, considero que a batalha é a mesma, pela salvaguarda das vidas humanas.