O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 71

14

A Sr.ª Presidente: — Queira concluir, Sr. Deputado.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Mas essas são as escolhas, de facto, de quem tem a austeridade como

compromisso e de quem, há muito, esqueceu as pessoas.

Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente: — Tem agora a palavra a Sr.ª Ministra de Estado e das Finanças para responder.

A Sr.ª Ministra de Estado e das Finanças: — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados, queria começar por

subscrever algumas afirmações dos Srs. Deputados do PCP, que afirmam que devemos defender os

interesses nacionais e que somos um povo que merece ser tratado com dignidade.

Acho que qualquer um de nós subscreverá essas frases e eu, pessoalmente, subscrevo, Sr. Deputado.

Temos é formas diferentes de salvaguardar os interesses nacionais e, ao longo destes anos de democracia, e

já lá vão alguns, temo-nos sempre apresentado aos portugueses com as nossas visões sobre o que é que

salvaguarda esses interesses e temos respeitado o resultado dessas votações quanto ao que salvaguarda os

referidos interesses.

É assim que aqui estamos hoje e aqui estaremos, certamente, depois das próximas eleições legislativas,

respeitando aquilo que o povo soberanamente determinar, naquilo que seja a sua visão sobre o que é que, de

facto, defende os interesses nacionais. Mas acho que todos podemos reclamar que o fazemos legitimamente.

Quanto às questões que o Sr. Deputado Miguel Tiago colocou, nomeadamente a de que os juros pagos

vão continuar a aumentar, devo dizer, Sr. Deputado, que os juros pagos não vão continuar a aumentar, os

juros pagos vão descer, precisamente porque vamos substituir dívida que é mais cara por dívida que é mais

barata.

De facto, é verdade que temos uma grande dependência do endividamento externo. Sr. Deputado, já disse

aqui muitas vezes, e não me cansarei de repetir, que a dívida é memória dos défices passados e a única

forma de não depender dos credores é não precisar de lhes pedir dinheiro. E essa solução é que os Srs.

Deputados não apresentam.

O que o Sr. Deputado diz é: deixamos de pagar juros com renegociação da dívida e, depois, fazemos

muitos investimentos. Sr. Deputado, vamos imaginar que fazíamos isto num ano e que tínhamos os 8000

milhões. E, depois, no ano seguinte? Acabava-se, porque a riqueza não se gera por milagre nem por boas

intenções.

O Sr. Francisco Lopes (PCP): — 8000 milhões, por ano!

A Sr.ª Ministra de Estado e das Finanças: — Infelizmente para muita gente, a política que o Sr. Deputado

defende até já teve múltiplas aplicações práticas e nunca, Sr. Deputado, em nenhum dos países, isso se

traduziu em progresso e em riqueza para as respetivas populações.

Aplausos do PDS e do CDS-PP.

O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Não é verdade!

A Sr.ª Ministra de Estado e das Finanças: — Essa é a verdade, Sr. Deputado.

Quer os Srs. Deputados gostem, ou não, a verdade é que os regimes comunistas caíram todos porque

nunca criaram riqueza e boas condições de vida para o povo. E isso não é uma questão de opinião, é um facto

histórico. O capitalismo, com os defeitos que tem nas sociedades ocidentais, como foram vulgarmente

chamadas, teve crises mas criou, efetivamente, riqueza e as pessoas melhoraram o seu nível de vida. As

coisas são como são, Sr. Deputado.

O Sr. Francisco Lopes (PCP): — Mas não são assim!