27 DE ABRIL DE 2015
7
O 25 de Abril ocorreu porque muitos acreditaram que era possível pôr fim à Guerra Colonial e libertar
Portugal do domínio imperialista estrangeiro.
O 25 de Abril ocorreu porque muitos acreditaram que era possível liquidar o poder dos monopólios e dos
grandes agrários.
O 25 de Abril foi a resposta que os militares do Movimento das Forças Armadas, o povo, os democratas e
os antifascistas deram às inevitabilidades daquele tempo. Também hoje é necessário e é possível romper com
as inevitabilidades que nos querem impor.
A Revolução de Abril foi uma magnífica realização histórica do povo português, tornada possível pela
aliança entre o Povo e as Forças Armadas. Foi esta aliança original que possibilitou a Revolução e a
concretização das profundas transformações políticas, económicas, sociais e culturais que alteraram
radicalmente a situação do País e a vida dos portugueses.
O medo, a repressão e as perseguições foram substituídos pela liberdade e pela alegria de viver e partilhar.
O regime fascista deu lugar ao regime democrático.
Ao domínio do imperialismo estrangeiro respondeu o povo com a afirmação da soberania e da
independência nacionais.
As transformações económicas e sociais operadas não foram o resultado de um só dia, nem de um só
acontecimento; foram forjadas no seio de um processo dinâmico em que o envolvimento e a participação dos
trabalhadores e do povo foram cruciais.
Foi deste processo que nasceram as profundas transformações democráticas, se consagraram direitos, se
impulsionou a emancipação social e nacional, se concretizou a reforma agrária, se realizaram as
nacionalizações de empresas e setores estratégicos, incluindo a banca, colocando-os ao serviço do progresso
e do desenvolvimento do País. Foi este processo e não qualquer outro que abriu a Portugal as portas do
relacionamento com a Europa e o Mundo.
Foi neste processo que os trabalhadores tomaram o destino nas suas próprias mãos, construindo um país
mais justo e solidário. Nenhuma conquista de Abril foi oferecida ao povo; todas foram conquistadas pela luta.
As transformações empreendidas durante o processo revolucionário conduziram à elevação das condições
de vida do povo e tiraram o País da miséria.
Transformações e progressos que, por ação de sucessivos Governos comprometidos com o grande capital
nacional e estrangeiro, têm vindo a ser seriamente atacados e destruídos, em especial nos últimos anos com a
política dos PEC e do pacto de agressão. Uma política de dois pesos e duas medidas, que exige sacrifícios
insuportáveis aos trabalhadores e ao povo para aprofundar os privilégios dos grandes grupos económicos.
Cortam-se salários e pensões para continuar a pagar juros de uma dívida insustentável. Encerram-se serviços
públicos e degradam-se as funções sociais do Estado na saúde, na educação e na segurança social, mas os
encargos com as parcerias público-privadas continuam a aumentar. Os trabalhadores são esmagados com
impostos para que as grandes empresas e os grupos económicos sejam ainda mais favorecidos fiscalmente.
O povo empobrece, enquanto o grande capital vê crescer os seus lucros.
É esta política que os executantes da política de direita querem perpetuar, recorrendo aos mecanismos da
chamada «governação económica» e ao Tratado Orçamental para amarrar Portugal à política da troica.
Disputando entre si pequenas diferenças de ritmo e intensidade, a troica interna dos executantes da política
de direita confirmou nos últimos dias não ter para oferecer aos portugueses outra coisa que não seja a
continuação da mesma política de exploração, empobrecimento e declínio nacional que priva o povo português
do direito de decidir de forma soberana o seu futuro coletivo.
A solução dos graves problemas nacionais não está na continuação da política de direita.
É na afirmação das conquistas de Abril consagradas na Constituição que o País encontrará as respostas
para enfrentar os problemas atuais e futuros.
Afirmar os valores de Abril é a resposta para a recessão económica, para a destruição da produção
nacional, para a dívida insustentável, para o desemprego e para a pobreza.
Afirmar os valores de Abril é garantir aos desempregados o direito ao trabalho e à proteção social, é
garantir aos jovens o direito à educação de qualidade.
Afirmar os valores de Abril é garantir que todos os portugueses, independentemente da sua condição
económica, tenham direito à proteção da saúde e à prestação de cuidados de saúde de qualidade, é garantir a