I SÉRIE — NÚMERO 79
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todas as crianças a proteção a que têm direito, é garantir condições para o exercício dos direitos de
paternidade e maternidade.
É com a afirmação dos valores de Abril que defendemos o futuro de Portugal!
Sr. Presidente da República, Sr.ª Presidente da Assembleia da República, Sr.as e Srs. Deputados: Neste
ano em que se comemora o 40.º aniversário das eleições para a Assembleia Constituinte, as primeiras
eleições livres e universais da nossa História, saudamos os Deputados Constituintes que, sabendo interpretar
e acompanhar o rumo do processo revolucionário e das lutas dos trabalhadores e do povo, deram corpo
àquele que viria a ser o pilar do Portugal livre, democrático, de progresso e independente — a Constituição da
República Portuguesa de 1976.
Esta Constituição teve, desde a primeira hora, inimigos declarados que, em sucessivas revisões, a
amputaram e empobreceram, limitando o seu alcance e conteúdo progressista. A este processo acrescem
ainda as práticas inconstitucionais levadas a cabo ao longo de quatro décadas por sucessivos Governos, com
particular incidência nos últimos anos.
Os grandes interesses económicos e financeiros e os seus representantes políticos nunca aceitaram o
projeto libertador e emancipador contido na Constituição da República Portuguesa.
Aqueles que querem impor o retrocesso social e civilizacional encontram na Constituição, no que ela
consagra e garante, um sério obstáculo à concretização de tais intenções, tentando por todos os meios a sua
subversão.
Com consciência de que a Constituição não se defende por si, de que é preciso que os trabalhadores e o
povo a defendam exercendo os seus direitos, a todos os seus inimigos dizemos que encontrarão no PCP e em
muitos outros democratas e patriotas uma firme resistência a novas tentativas de desvirtuar a Constituição da
República Portuguesa.
Sr. Presidente da República, Sr.ª Presidente da Assembleia da República, Sr.as e Srs. Deputados: Garantir
a independência nacional e os direitos e liberdades fundamentais, promover o bem-estar e a qualidade de vida
do povo e a igualdade real entre os portugueses são tarefas fundamentais do Estado que os órgãos de
soberania têm o dever indeclinável de cumprir.
Celebramos o 41.º aniversário da Revolução de Abril conscientes das dificuldades que o País atravessa,
mas imbuídos de uma grande confiança e esperança de que, num futuro próximo, o nosso País retomará o
projeto de construir uma sociedade melhor, mais justa e mais fraterna, uma sociedade que recupere os valores
de Abril e os projete no futuro.
Celebramos o ato e o processo mais moderno e avançado da nossa época contemporânea projetando-os
no futuro, com a certeza de que as suas conquistas e os seus valores continuam presentes no coração, nos
sonhos, nos anseios e na luta do povo português.
Com a certeza de que Abril é o futuro de Portugal.
Sim, que viva Abril e os seus valores!
Aplausos do PCP, do BE e de Os Verdes.
A Sr.ª Presidente da Assembleia da República: — Em representação do Centro Democrático Social-
Partido Popular, tem a palavra o Sr. Deputado Michael Seufert.
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Sr. Presidente da República, Sr.ª Presidente da Assembleia da
República, Sr. Primeiro-Ministro e restantes Membros do Governo, Srs. Deputados, Srs. Convidados,
Excelências:
Recordamos, nesta Sessão Comemorativa, o 25 de Abril e recordamo-lo duplamente: celebramos 41 anos
da queda do regime do Estado Novo e celebramos 40 anos das primeiras eleições livres. Dois momentos
necessários — mas não suficientes — para que Portugal hoje se conte entre as democracias ocidentais.
As nossas primeiras palavras vão, por isso, para todos os que se juntaram para tornar possíveis estes dois
momentos: a queda do antigo regime e a realização das eleições de 1975. Aos militares e civis que, em
posição de liderança ou no terreno, trabalharam para que Portugal conseguisse transformar, no prazo de um
ano, esta Sala de Assembleia Nacional em Assembleia Constituinte a todos eles enviamos as nossas mais
vivas saudações.