I SÉRIE — NÚMERO 85
42
A Sr.ª Luísa Salgueiro (PS): — Isso foi à tarde, de manhã foi outra coisa!
A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — Não, não foi à tarde e, Sr.ª Deputada, tenho todo o gosto em entregar-
lho.
Em segundo lugar, uma pequena correção relativamente ao que aconteceu na Comissão de Saúde,
quando a Dr.ª Ana Jorge era Ministra da Saúde.
Como bem disse a Sr.ª Deputada Laura Esperança, a Ministra da Saúde afirmou que, enquanto pediatra,
não prescrevia nem acreditava nesta vacina — e façam os senhores o favor de recorrer aos serviços para
obter a respetiva gravação —, pelo que não se tratava de aguardar os estudos de eficácia da Direção-Geral da
Saúde, porque, aliás, e como já tínhamos indicado, já era recomendada pela Organização Mundial de Saúde
(OMS), pela Sociedade Portuguesa de Pediatria (SPP), pela esmagadora maioria dos especialistas. Portanto,
não havia que aguardar por quaisquer outros estudos.
Sr.ª Deputada, para este Governo e para os partidos que apoiam este Governo, a questão da equidade
social…
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — Vou terminar, Sr. Presidente.
Como estava a referir, para este Governo e para os partidos que apoiam este Governo, a questão da
equidade social, da saúde pública e da opção preferencial pelos mais vulneráveis está sempre à frente. E
pergunto-lhe, Sr.ª Deputada: estamos melhor agora ou estávamos melhor antes da tomada desta decisão?
Vozes do CDS-PP: — Agora!
A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — Devolvo-lhe esta pergunta, Sr.ª Deputada.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Também para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada
Helena Pinto.
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Teresa Caeiro, compreendo bem a necessidade
dos partidos da maioria e, neste caso concreto, do CDS, de fazer intervenções no sentido de poder sublinhar
eventuais aspetos positivos da política do Governo na área da saúde.
Sr.ª Deputada, lamento dizer-lhe, mas penso que esse será um esforço inglório, porque, se há área da
política do Governo em que todos os portugueses e todas as portuguesas têm queixas, e bastantes queixas, é
na área da saúde. Toda a gente sabe o que se passa na área da saúde, consigo próprio ou com algum
familiar, excetuando, como é óbvio, aqueles que só recorrem à medicina privada e não conhecem o Serviço
Nacional de Saúde.
Mas falemos da vacina Prevenar e falemos até, Sr.ª Deputada, dos nove anos de luta do CDS para que
fosse possível o acesso universal e gratuito a esta vacina.
Sr.ª Deputada, tenho de lhe relembrar, novamente, que, embora a luta do CDS seja uma luta de nove anos,
em 2013, o CDS não propôs, preto no branco, a inclusão da vacina. Mais uma vez, propôs ao Governo que
estudasse essa hipótese — está plasmado no Diário da Assembleia da República, mas penso que já não
restam dúvidas a ninguém.
Mas, Sr.ª Deputada, nove anos depois, não estranha que seja precisamente em vésperas de eleições e no
final do seu mandato que o Governo decide incluir a vacina no Plano Nacional de Vacinação?! Será por acaso,
Sr.ª Deputada?! Será por acaso?! Penso que não.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Nós nunca fazemos nada por acaso!