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I SÉRIE — NÚMERO 85

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Sr.ª Deputada, se esta era uma matéria tão relevante, se o CDS considerou que era tão relevante, por que

é que a decisão também não surgiu mais cedo, ou há aqui objetivos eleitoralistas?!

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Vou terminar, Sr. Presidente, dizendo o seguinte: o que caracteriza as

políticas do PSD, do CDS e deste Governo é um profundo desrespeito pelos utentes, um profundo desrespeito

pelos profissionais de saúde e uma ofensiva sem precedentes ao Serviço Nacional de Saúde. E, agora, à

pressa, estão a procurar apresentar umas medidas com caráter bondoso para enganar os portugueses e

esconder aquelas que foram as consequências das suas políticas nestes últimos quatro anos.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Teresa Caeiro.

A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as

Deputadas Helena Pinto e Paula Santos, antes de

mais, agradeço as questões suscitadas.

Não sei por que é que fico com a sensação de que as Sr.as

Deputadas ficam profundamente

desconfortáveis com boas notícias.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Ficam zangadas!

A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — Os senhores ficam de tal maneira desconfortáveis que vão

encontrando argumentos atrás de argumentos para não reconhecerem que esta notícia é extraordinária.

Sr.ª Deputada Paula Santos, como é que pode dizer que, agora, que esta vacina vai ser universal, geral e

gratuita para todos,…

A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Onde?!

A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — … há portugueses de 1.ª e de 2.ª?! Havia portugueses de 1.ª e de 2.ª

antes, antes, desta iniciativa!

Em segundo lugar, gostaria de relembrar que há uma semana esteve aqui o Sr. Ministro da Saúde e disse

que estava em estudo, entre a Direção-Geral da Saúde, a Administração Central do Sistema de Saúde

(ACSS), o Infarmed e a indústria, a possibilidade de dispensar a vacina gratuitamente a crianças nascidas

mais cedo.

Sr.ª Deputada, também lhe recomendo algum estudo, porque, como a Sr.ª Deputada saberá, se estudar,

esta vacina deve ser ministrada nos primeiros meses, a partir dos primeiros meses e, mais tarde, a partir de

uma certa idade, menos doses serão suficientes. Portanto, até do ponto de vista clínico, isto tem de ser

estudado.

A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Qual é a diferença entre dezembro e janeiro?!

A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — Agora, o que me parece verdadeiramente inconcebível é que as

senhoras não consigam sequer disfarçar o desconforto por ouvirem boas notícias.

As Sr.as

Deputadas questionam o facto de só agora estarem a ser tomadas estas opções, pelo que não sei

se a Sr.ª Deputada Paula Santos preferia que esta medida tivesse sido anunciada antes da dispensa gratuita

do medicamento inovador para a cura da hepatite C?!

Sei que os senhores nunca foram chamados a fazer opções, mas digo-lhe uma coisa, Sr.ª Deputada: fazer

política é decidir, é fazer opções,…