I SÉRIE — NÚMERO 87
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Num inquérito de 2012, três quartos dos inquiridos fumadores responderam que gostariam de deixar de
fumar, se o pudessem fazer com facilidade. Não há facilidades em deixar de fumar, todos sabemos disso, mas
podem existir ajudas médicas para deixar de fumar.
Por isso mesmo, Sr. Secretário de Estado, não se compreende a redução do número de consultas, não se
compreende a redução dos locais onde se realizam as consultas — descemos de 223, em 2009, para 116, em
2013.
Sr. Secretário de Estado, é o relatório da Direção-Geral da Saúde que evidencia os recuos na
disponibilidade de meios que levem os fumadores a deixar de fumar, assim como há uma redução muito
significativa do número de utentes atendidos. Se o objetivo é reduzir o consumo do tabaco, é urgente alterar
esta situação, assim como são urgentes novas medidas, como a da comparticipação nos medicamentos para
deixar de fumar.
Temos uma lei desde 2007…
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Vou terminar, Sr. Presidente.
Como estava a dizer, temos uma lei desde 2007 e quais são os resultados concretos? Em quanto é que
reduzimos o número de fumadores? Em 5%, dizem os estudos, Sr. Secretário de Estado. É muito curto!
O proibicionismo não funciona sozinho. Se não existirem medidas que vão para além de proibir, medidas
de prevenção e dissuasão à séria, não chegaremos lá.
Pelos vistos, ainda há um grande caminho a percorrer nesta área e o Governo tem algumas
responsabilidades a que deveria hoje, aqui, neste debate, dar resposta.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Secretário de Estado
Adjunto do Ministro da Saúde.
O Sr. Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde: — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Começo
por agradecer à Câmara a apreciação que faz e o interesse que demonstra pelas políticas antitabaco.
Agradeço, em particular, o facto de todos se terem demonstrado disponíveis para introduzir melhoramentos na
lei.
Contudo, não posso deixar de referir quatro aspetos que são fundamentais.
Em primeiro lugar, sublinho a vossa atenção para o facto de que as imagens, que foram consideradas
desproporcionadamente violentas, resultam da própria diretiva. E, se vos chocam, ainda bem que são
chocantes, porque a realidade é mesmo essa. É muito chocante!
Quanto à questão das consultas de desabituação tabágica, se é verdade que o número total de consultas
diminuiu, não é menos verdade que o número de consultas produzidas nessas consultas tem vindo a
aumentar desde 2009 até 2013.
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Isso tem de ser bem explicado!
O Sr. Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde: — Também para esclarecimento dos Srs.
Deputados, devo dizer que, relativamente ao cigarro eletrónico, existe um relatório e uma recomendação, uma
decisão produzida em Moscovo, em outubro de 2014, no âmbito da convenção do tabaco, cuja consulta os
Srs. Deputados poderão fazer, se assim o entenderem.
Agradecemos as recomendações, relativamente às isenções de taxa moderadora, no que se prende com
as consultas de desabituação tabágica, e agradeço também os comentários feitos sobre a comparticipação de
medicamentos para apoiar quem quer deixar de fumar, sobre os quais eu próprio, em outubro deste ano, fiz
uma recomendação, em linha com o que se Sr. Deputado fez, no sentido de se estudar o mecanismo de
comparticipação, em função do resultado, que nos parece muito pertinente.