29 DE MAIO DE 2015
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Acabe-se com os falsos recibos verdes e crie-se um regime justo de contribuições e não de escalões
absurdos que, ainda por cima, não dão direito a nada.
Se há 70 000 pessoas que são essenciais nos serviços públicos, transformem-se os contratos emprego-
inserção em contratos de trabalho.
E acabe-se com o abuso que se generalizou nos estágios. Os estágios não são a solução para o emprego,
são o símbolo máximo da vida adiada de uma geração em suspenso, que não está adormecida e que há de
contra-atacar.
Aplausos do BE.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Não gosto de equipas que jogam à defesa!
A Sr.ª Presidente: — Ainda na abertura deste debate, dou a palavra ao Governo, pelo Sr. Ministro da
Solidariedade, Emprego e Segurança Social.
Tem a palavra. Sr. Ministro.
O Sr. Ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social (Pedro Mota Soares): — Sr.ª Presidente,
Sr.as
e Srs. Deputados: A criação de um mercado de trabalho moderno, com simplificação das relações
laborais, representa a única saída economicamente eficiente e socialmente justa para as gerações de
portugueses que estão no ativo, quer os de hoje, quer os de amanhã.
As reformas recentes, realizadas no âmbito de um acordo tripartido, constituíram um passo relevante na
direção certa. Nunca antes se tinha celebrado um acordo tão estrutural, tão extenso e tão profundo com os
parceiros sociais como aquele que este Governo celebrou.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social: — Reforçar que estas reformas foram
feitas em estreito diálogo social nunca é demais, pois estas, as reformas que nascem do entendimento com
quem representa os trabalhadores e os empregadores, são, efetivamente, reformas estruturais.
Os parceiros sociais em Portugal, aqueles que têm capacidade de compromisso, tiveram sentido de
Estado, tiveram capacidade de compromisso para com a Nação.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Bom recado!
O Sr. Ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social: — E isso deve ser reconhecido, porque
é isso que está já hoje a dar frutos à economia portuguesa.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Em Portugal, o nosso mercado de trabalho caracterizava-se por uma marcada segmentação, por um
elevado grau de rigidez. E todos reconhecemos que os mercados segmentados são ineficazes, que a
segmentação do mercado de trabalho reduz a criação de emprego, promove a precarização e é especialmente
injusta para aqueles que são mais jovens.
Portugal avançou num conjunto profundo de reformas para alcançar um mercado de trabalho mais pródigo
na criação de emprego, mais capaz de se ajustar aos ritmos de mudança da economia global, mais amigo da
inovação, do investimento e do empreendedorismo.
E alguns dos efeitos positivos já se começam a sentir. Em parte, face às reformas laborais que soubemos
introduzir, sempre em diálogo e concertação com os parceiros sociais, e que hoje começam a dar os seus
frutos. Mas a parte mais substancial resulta do mérito das empresas, da resiliência dos seus trabalhadores, da
capacidade dos nossos empreendedores.