I SÉRIE — NÚMERO 92
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Esses efeitos positivos surgem pela capacidade de as empresas se reinventarem, se adaptarem ao
mercado e à procura, surgem pela competência dos seus trabalhadores para se adaptarem às novas
exigências, surgem pela mão-de-obra qualificada e exemplar que Portugal tem.
Foi o esforço de todos os portugueses que nos libertou da troica e que nos devolveu à recuperação. Foi
esse esforço e esse mérito que potenciou o crescimento. É por esse esforço feito que temos de garantir que a
história não volta para trás e não volta a repetir-se.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social: — Sr.as
e Srs. Deputados, falemos agora
de emprego, da criação de emprego, para que não existam outros efeitos a secundarizar a recuperação a que
temos vindo a assistir. Face ao primeiro trimestre de 2013, foram criados mais 123 000 postos de trabalho, em
Portugal. A população empregada a tempo completo, desde o primeiro trimestre de 2013, aumentou em 170
000 portugueses.
Em 2014, o emprego com contrato de trabalho sem termo (ou seja, um emprego estável dentro do quadro
de uma empresa e não precário) aumentou em mais de 180 000. E o número de trabalhadores com contrato a
termo aumentou em 64 000.
Isto quer dizer que, por cada emprego criado, suportado por contratos a termo, foram criados quase três
empregos, baseados em relações permanentes de trabalho, suportadas por contratos sem termo.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O subemprego de trabalhadores a tempo parcial, o número de pessoas que trabalhando a tempo parcial
gostariam de trabalhar a tempo completo, também diminuiu neste período.
A população que mais oportunidades foi encontrando foi exatamente aquela com nível de qualificações
superior e com ensino secundário e pós-secundário, o que espelha também uma aposta numa economia da
qualificação e do conhecimento e que recompensa aqueles que se esforçaram por alcançar estas habilitações.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social: — E toda esta recuperação reflete-se
também nas contribuições para o sistema da segurança social, as quais sobem em valor e em número.
Permitam-me, aliás, que aproveite a oportunidade para vos dar conta do seguinte: face ao ano passado, as
contribuições têm vindo a subir a um ritmo de 4,4% por mês. São cerca de mais 190 milhões de euros, face ao
mesmo período de 2014. São, aliás, mais 160 milhões do que em 2010. É, portanto, o melhor valor do
quadrimestre nos últimos seis anos.
Pela primeira vez, nos últimos seis anos, as contribuições ultrapassarão os 14 000 milhões de euros.
E por sabermos da importância destas contribuições para assegurar a sustentabilidade da segurança
social, também temos vindo a trabalhar para melhorar esse mesmo contributo.
Sempre com uma especial sensibilidade, permitimos que aqueles que tinham dívidas à segurança social
regularizassem as suas obrigações. Para isso, aumentámos, já por duas vezes, dilatando-os no tempo, os
planos prestacionais de pessoas singulares, que hoje chegam a um máximo de 150 prestações.
E por sabermos que existem também muitas empresas interessadas em regularizar a sua situação mas
que enfrentam dificuldades para o fazer, permitam-me que anuncie aqui que o Conselho de Ministros aprovou,
hoje mesmo, uma alteração que permite que, a partir de agora, as empresas possam passar a contar com até
150 prestações para regularizarem a sua dívida à segurança social, o que representa um alívio sem perda de
responsabilidades.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Isto ajuda as empresas, que, aliás, poderão até passar a candidatar-se a fundos comunitários, ajuda a
manutenção de emprego e ajuda também a aumentar as contribuições para a segurança social.