12 DE JUNHO DE 2015
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Segundo exemplo do programa eleitoral: o melhor instrumento público para prevenir e obstar à pobreza é a
segurança social, a sua sustentabilidade é vital e não admite fantasias, Srs. Deputados.
A Sr.ª Maria das Mercês Soares (PSD): — Muito bem!
O Sr. Adão Silva (PSD): — Fantasia do tamanho daquela que António Guterres proclamou, nesta Casa,
em novembro de 2001, e cito: «É por isso, com orgulho, que vos afirmo que este Orçamento do Estado, ao
cumprir (…) a nova lei de bases da segurança social,…» — era Ministro da Segurança Social o Dr. Ferro
Rodrigues — «… traduz (…) uma reforma da segurança social que torna integralmente sustentável o nosso
sistema de pensões para a totalidade do século XXI.
Aplausos do PS.» — diz o Diário da Assembleia.
Seis anos depois, outras fantasias socialistas se repetiram sobre a sustentabilidade da segurança social
até 2050. Soubemos o que aconteceu!
E agora, para 2015, o que propõe o programa eleitoral do PS? Para acelerar o consumo do presente, põe-
se em causa a sustentabilidade da segurança social, trocando o certo das contribuições pelo incerto de
receitas alternativas, o que desembocaria na incerteza do pagamento das pensões atuais, altas e baixas, e na
certeza de cortes nas pensões do futuro.
A Sr.ª Maria das Mercês Soares (PSD): — Muito bem!
O Sr. Adão Silva (PSD): — Daqui a 10 anos, quem vai explicar aos pensionistas, e especialmente aos
mais pobres, que a sua pensão é miserável porque não foram prudentes e que não deviam ter gasto no
passado o que pertencia ao futuro? Quem lhes vai explicar isto?
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Adão Silva (PSD): — Que estranha obstinação, esta, dos socialistas em governar para o presente
sem cuidar do futuro.
O Sr. João Figueiredo (PSD): — Exatamente!
O Sr. Adão Silva (PSD): — Srs. Deputados, cuidado com as ilusões! Com António Guterres, as ilusões
ficaram afogadas num pântano. Com José Sócrates, baquearam numa quase bancarrota. Com António Costa,
colaborador direto do primeiro e colaborador dileto do segundo,…
O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Isso!
O Sr. Adão Silva (PSD): — … receamos que se ele pudesse dar continuidade àquelas duas referências da
governação socialista, seríamos engolfados por um novo desastre, uma nova bancarrota, onde os mais pobres
seriam inevitavelmente as primeiras e as principais vítimas.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Srs. Deputados, não ajuda combater a pobreza e as desigualdades quando, perante o crescimento
acelerado da economia, o aumento do emprego e a baixa consistente do desemprego que Portugal vem
registando mês após mês, os partidos da oposição, e especialmente os dirigentes socialistas, optam pelo
silêncio — um silêncio que não dá esperança, um silêncio que não gera confiança, um silêncio que não
reconhece o esforço e o sacrifício que fizemos para reerguer Portugal, um silêncio onde germina o desânimo,
o pessimismo e o negativismo.
Percebemos que, perante os recentes sucessos de Portugal, o silêncio vos seja cómodo, Srs. dirigentes do
Partido Socialista. É cómodo, mas não é justo. Acabem, por favor, com esse mutismo, Srs. dirigentes do
Partido Socialista!