I SÉRIE — NÚMERO 97
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A Sr.ª Presidente: — Faça favor, Sr. Deputado.
O Sr. Ferro Rodrigues (PS): — Sr.ª Presidente, julgo que fui citado abusivamente pelo Sr. Deputado Raúl
de Almeida, por uma coisa que não disse, pelo que requeiro que a Sr.ª Presidente faça distribuir à bancada do
CDS-PP a ata do último debate onde referi que posso orgulhar-me de tudo aquilo que disse na véspera das
eleições de 2011, porque mantenho o que disse nessa altura, e o Sr. Primeiro-Ministro não pode fazê-lo
porque mentiu.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Para uma interpelação à Mesa, tem a palavra o Sr. Deputado Raúl de Almeida.
O Sr. Raúl de Almeida (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, temos a memória bem viva e a certeza daquilo que
dizemos e agradecíamos que isso fosse não só relembrado à bancada do CDS, como o Sr. Deputado Ferro
Rodrigues sugere, mas a todas as bancadas, para que tudo fique esclarecido.
Aplausos do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, a documentação será distribuída.
Tem a palavra, para responder, o Sr. Deputado Adão Silva.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Raúl de Almeida, agradeço a pergunta que
colocou. Quero dizer-lhe, antes de mais, que concordo em absolto com os pressupostos e com a formulação
da sua pergunta.
Não seria capaz de enumerar de forma tão exaustiva como enumerou esse conjunto de ações positivas de
reforço, de estímulo e de apoio às instituições particulares que este Governo, no meio desta tremenda crise,
foi capaz de levar a cabo. Por isso, deixe-me colocar a questão num plano um pouco mais de política geral,
para dizer o seguinte: não estranho nada a questão que o Sr. Deputado notou, isto é, o esquecimento da parte
do Partido Socialista, neste projeto de deliberação sobre as IPSS. É que, verdadeiramente, o Partido Socialista
tem uma relação difícil com as instituições. É certo que as instituições às vezes também têm uma relação
difícil com os governos do Partido Socialista — conhecemos a história desta situação.
Mas, verdadeiramente, acho que o Governo fez muito bem, e nós, aqui, no Parlamento, também fizemos
bem em dar grande relevância a estas questões da economia social, desde logo, aprovando, por unanimidade,
a Lei de Bases da Economia Social, a qual estamos a regulamentar e gostávamos que, se possível,
continuasse na mesma toada do consenso e da unanimidade.
Ao mesmo tempo, gostaria de dizer que este Governo foi capaz de perceber que, no meio desta crise
profunda, havia uma sociedade portuguesa dinâmica, ativa, solidária, com a qual se podia contar e que faria a
diferença entre o desespero em muitas famílias e a salvaguarda da sua situação económica e social.
Acho sinceramente que poderá criticar-se o Governo de muitas maneiras, mas poderá elogiar-se muito
daquilo que fez e este elogio é muito merecido, esta capacidade de tornar mais solidárias, mais capazes, mais
atuantes instituições que são, na sua natureza, solidárias e que foram eficientíssimas na capacidade de
salvaguardar um País que estava numa situação deplorável.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção, pelo PS, tem a palavra a Sr.ª Deputada Inês de Medeiros.
A Sr.ª Inês de Medeiros (PS): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados, devo dizer que não há nada pior do que
quando o pior do previsível acontece, e é o que está a acontecer neste debate. Ou seja, mais uma vez, as
bancadas da maioria, pura e simplesmente, não leram o projeto de resolução do PS, nem querem ler, e