I SÉRIE — NÚMERO 7
8
Desculpem, mas nas vossas reuniões secretas e clandestinas, não falam destes «tesourinhos deprimentes»?
Não falam disto?
Vozes do PS e do PCP: — Clandestinas?!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Você é um coscuvilheiro! Está armado em José António Saraiva?!
O Sr. António Costa Silva (PSD): — Oiçam, isto é importante para Portugal, é demasiado importante!
No domínio da competitividade e da internacionalização, a taxa de execução é de 2,5%. Isso não é
suspensão dos fundos? É o que os senhores estão a fazer, e por incompetência! E vocês são os guardiões
deste templo, não há dúvida nenhuma. Andam entretidos com esta conversa «não se paga a dívida, vamos sair
do euro, vamos sair da Europa, não há sanções», mas quanto ao que importa ao País e que dá dinâmica à
atividade económica, ao investimento e ao investimento público também, porque os fundos comunitários
permitem isto, os senhores estão num silêncio sagrado!
O Sr. João Paulo Correia (PS): — Vocês não fizeram o trabalho de casa!
O Sr. António Costa Silva (PSD): — É bonito ver este silêncio sagrado, nomeadamente das esquerdas mais
radicais.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Faça favor de concluir, Sr. Deputado.
O Sr. António Costa Silva (PSD): — A minha pergunta é simples: o que é que os senhores estão a fazer
para evitar esta paragem, esta suspensão clara de fundos, nomeadamente a paragem de pagamentos às PME
(pequenas e médias empresas) através das DLBC (Desenvolvimento Local de Base Comunitária), que nem
sequer abriram concurso para pequenos projetos de investimento nos territórios de baixa densidade? O que é
que os senhores estão a fazer para resolver esses problemas? Digam, se faz favor, que é isso que nós
procuramos saber.
Geringonça, geringonça!
Aplausos do PSD.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Miguel Tiago.
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Sr.ª Presidente, esta manobra de diversão do PSD e do Sr. Deputado António
Costa Silva revela bem o grau de comprometimento que o PSD tem com a atual situação do País e com a
aplicação de eventuais sanções a Portugal,…
O Sr. João Oliveira (PCP): — Muito bem!
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — … um grau de comprometimento que é resultado concreto das suas opções
políticas e daquilo que fizeram enquanto Governo, dos resultados que obtiveram e da aceitação que têm vindo
a revelar ao longo do tempo sobre as regras da União Europeia que definem e preveem as sanções.
O comprometimento do PSD nessa matéria é total e não mereceu uma única palavra num pedido de
esclarecimento a uma intervenção do PCP que era precisamente sobre essa matéria. Esse desvio caracteriza
muito a forma como o PSD sabe das suas responsabilidades, mas ao mesmo tempo lhes quer a todo o custo
fugir.
Disse o Sr. Deputado António Costa Silva que o PSD é contra as sanções. O PSD tem vindo a revelar essa
postura dando ares de patriota, mas ao mesmo tempo aceita todas as regras — aliás, contribuiu ativamente
para impor aos portugueses todas essas regras que resultam atualmente nas sanções, não apenas nos
resultados políticos e orçamentais que obtiveram em 2015 e que hoje ativam a possibilidade de sanções, mas