I SÉRIE — NÚMERO 11
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estrada nacional n.º 2 de cima a baixo, na altura andavam muito ocupados em definir o corte dos investimentos,
a política de investimentos públicos,…
Protestos de Deputados do PSD e do CDS-PP.
… nomeadamente em termos de infraestruturas rodoviárias. E, como andavam muito entretidos nesses
cortes, não se lembraram deste projeto.
O mérito deste projeto é o de chamar a atenção para o facto de o PSD e o CDS virem aqui, nesta ocasião,
confessar a sua incapacidade, o seu erro político cometido no passado, quer em relação a esta infraestrutura
rodoviária em concreto, quer em relação à redução e aniquilamento de processos de investimento público
rodoviário no País.
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Muito bem!
O Sr. Heitor Sousa (BE): — Portanto, Srs. Deputados e Sr.as Deputadas do PSD e do CDS, o mérito desta
iniciativa é, sem dúvida, uma forma de nos convocar para a importância que esta infraestrutura pode ter no efeito
de valorização dos territórios, no efeito de melhoria das acessibilidades nos territórios do interior e no efeito de
alguma equidade na aplicação do investimento público em termos de infraestruturas de transportes no País.
É uma região, como os senhores dizem, e bem, que atravessa longitudinalmente todo o território e, desse
ponto de vista, sendo requalificada essa infraestrutura, será sempre um fator de melhoria da acessibilidade a
esses territórios e de promoção do desenvolvimento local e regional dos mesmos.
Portanto, nós acompanhamos esta vossa proposta, mas não podemos deixar de dizer que é uma proposta
que vem, pelo menos, atrasada quatro anos, porque os senhores foram agentes de um processo de destruição
do investimento público nas infraestruturas rodoviárias que fez com que muitas regiões do País tenham vindo
agora, com este Governo, à Assembleia da República reclamar urgência de investimentos, que não podem
deixar de ser feitos.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Sr. Deputado, agradecia que terminasse.
O Sr. Heitor Sousa (BE): — Por exemplo, os investimentos no IC2, em troços que, pelo seu estado de
degradação, provocam inúmeros acidentes rodoviários com vítimas mortais, convocam-nos para a necessidade
de não misturarmos as prioridades e de procurarmos que o investimento público seja um investimento qualitativo,
em termos de requalificação da rede rodoviária nacional.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Ainda para uma intervenção, dispondo, para o efeito de 3
segundos, felicitando-o, desde já, por uma intervenção-relâmpago nesta matéria, tem a palavra o Sr. Deputado
Carlos Santos Silva.
O Sr. Carlos Santos Silva (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Serei muito rápido, apenas para deixar
duas notas, a primeira das quais de lamento.
Lamento o facto de o Sr. Deputado Francisco Rocha ter acusado o meu partido de uma certa injustiça,
quando, afinal, quem foi injusto foi o Sr. Deputado. E vou explicar porquê. É que, na minha intervenção, que o
Sr. Deputado provavelmente não ouviu — já trazia o seu texto escrito e não teve oportunidade de ouvir a minha
intervenção —, tive a humildade de dizer que o PSD e o CDS não são donos deste projeto, porque apresentámos
um projeto de resolução.
O Sr. Francisco Rocha (PS): — Não está escrito!
O Sr. Carlos Santos Silva (PSD): — Fomos mais longe: saudámos exatamente todo o trabalho efetuado! E
posso dizer-lhe que saudei exatamente todos os autarcas, de todos os partidos, sem exceção.