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13 DE OUTUBRO DE 2016

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nada se passava como ainda ajudou à festa. Ao nível da administração, o Governo PSD/CDS promoveu a

contratação precária para satisfazer necessidades permanentes. Ao nível da administração local, o Governo

anterior impôs despedimentos de trabalhadores das autarquias locais, obrigando-as a recorrer aos contratos de

emprego-inserção.

Sr. Deputado António Carlos Monteiro, é muito feio vir aqui dizer que as autarquias recorrem aos contratos

de emprego-inserção, quando foi o Governo de que o CDS fazia parte que as obrigou a esse recurso porque as

inibia de contratar pessoas.

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Bem lembrado!

O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Só podiam contratar com autorização do Ministério das Finanças.

Aplausos do PCP.

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exatamente!

A Sr.ª Maria das Mercês Soares (PSD): — E antes?!

O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Portanto, o que é verdade é que o Governo PSD/CDS, de certa

forma, tentou institucionalizar a precariedade, transformando-a em regra.

Hoje, exige-se um combate sério contra este grave problema que representa a precariedade no nosso País,

até porque os trabalhadores precários apresentam salários mais baixos do que os restantes e, portanto, esse

tipo de trabalho é sempre um fator de discriminação, que condena o trabalhador a uma completa desproteção.

Protestos do Deputado do CDS-PP António Carlos Monteiro.

Dito de outra forma, a precariedade, que afeta principalmente as mulheres e os jovens, é socialmente injusta

e degradante, afeta o próprio País na sua produtividade e no seu desenvolvimento.

Mesmo assim, o recurso ao trabalho precário tem vindo a representar uma prática recorrente, usual e quase

institucionalizada como forma de desresponsabilizar a entidade patronal e acentuar a precariedade de quem se

vê forçado a trabalhar sem direitos. Desta forma, o trabalhador perde em toda a linha, perde direitos ou não

chega, sequer, a adquiri-los, perde segurança no emprego e perde em termos salariais. É este o resultado da

precariedade.

Sucede que os falsos recibos verdes, por serem falsos, são mentira e que os contratos a prazo, bem como

os contratos de trabalho temporário, os contratos emprego-inserção ou os estágios profissionais, que visam

satisfazer necessidades permanentes, não são, substancialmente, nem contratos a prazos, nem contratos de

trabalho temporário, nem contratos de inserção, nem estágios profissionais, são uma fraude, são uma mentira.

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Exatamente!

O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Esta Assembleia não pode ficar indiferente ao que se está a passar

e deverá proceder a um verdadeiro combate no sentido de acabar com a falsidade e a mentira contratual nas

relações laborais.

Do que se trata é de colocar a verdade no vínculo que é estabelecido nas relações laborais, porque se quem

trabalha faz a sua parte, cumpre as suas obrigações, respeita a lei, o mesmo se exige das entidades

empregadoras, nomeadamente o respeito pelas leis laborais.

Para terminar, quero dizer apenas que Os Verdes acompanham os projetos de lei do Partido Comunista

Português e do Bloco de Esquerda que hoje estão em discussão e que visam, de certa forma, combater a

precariedade laboral.

Aplausos do BE e do PCP.