I SÉRIE — NÚMERO 11
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O Sr. António Filipe (PCP): — A ideia não foi bem essa!
O Sr. Pedro Roque (PSD): — Portanto, algo que é introduzido em Portugal, por governos anteriores do
Partido Social Democrata, do CDS, do Partido Socialista, negociados em sede de concertação social com os
parceiros sociais responsáveis,…
A Sr.ª Maria das Mercês Soares (PSD): — Muito bem!
O Sr. Pedro Roque (PSD): — … nos quais todos se reveem, são aqui, de uma penada, postos em causa
por estes projetos do Bloco de Esquerda e do Partido Comunista Português.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Que radicalismo!
O Sr. Pedro Roque (PSD): — Achamos que isso não tem qualquer sentido.
Mais: está aqui, no seio da gerigonça, a tentativa de criar um embaraço ao Partido Socialista e ao seu
Governo.
O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Estão preocupados com isso?!
O Sr. Pedro Roque (PSD): — Se o projeto de lei que o Partido Comunista aqui nos traz for aprovado, será
um custo insustentável para o Orçamento do Estado. Lá se vai o défice e, provavelmente, teremos um novo
resgate.
O Sr. António Filipe (PCP): — Eh!…
O Sr. Pedro Roque (PSD): — Portanto, há que ter muita cautela.
Numa altura em que os serviços públicos continuam — é verdade! — subdotados e em que o Governo
reduziu de 40 para 35 horas as horas de trabalho semanais na Administração Pública, acabar com os contratos
emprego-inserção e com os contratos emprego-inserção+ para impedir que as câmaras municipais da península
de Setúbal, do Partido Comunista, possam recorrer às medidas ativas de emprego para satisfazer as
necessidades da população…
O Sr. António Carlos Monteiro (CDS-PP): — Bem lembrado!
O Sr. Pedro Roque (PSD): — … é fortemente irresponsável.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Queira terminar, Sr. Deputado.
O Sr. Pedro Roque (PSD): — Terminarei, Sr. Presidente, dizendo que, obviamente, apesar de sermos o
maior grupo parlamentar e de estarmos na oposição, não deixamos de ter sentido de Estado e, por isso,
votaremos contra o projeto de lei e o projeto de resolução.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado José Soeiro.
O Sr. José Moura Soeiro (BE): — Sr. Presidente e Srs. Deputados, sobre esta matéria, vou citar um relatório
do final de 2014 do Provedor de Justiça: «Da evidência da utilização abusiva das referidas medidas por parte
dos serviços e organismos públicos, o juízo que faço é de que é flagrante a forma abusiva e ilegal como estas
medidas, em especial a medida contratos emprego-inserção, têm vindo a ser utilizadas na Administração
Pública, à qual urge pôr termo». Isto consta de um relatório do Provedor de Justiça.