I SÉRIE — NÚMERO 18
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Foi na sequência desta visão que, durante o anterior Governo, tomámos diversas iniciativas em prol destas
instituições.
Mas, apesar deste trabalho meritório e esforçado desenvolvido pelo Governo PSD/CDS, reconhecemos que
ainda muito mais há por fazer, pois este é um trabalho a ser sempre melhorado.
Por isso, apresentamos esta iniciativa que hoje aqui se discute, onde recomendamos ao atual Governo que:
avalie o custo real das respostas sociais, em particular as relativas à proteção social das pessoas mais velhas;
implemente, a nível nacional, um sistema de avaliação das organizações da economia social, através da criação
de métodos de avaliação do impacto social das políticas desenvolvidas e dos resultados obtidos; crie um novo
modelo de financiamento do Estado às instituições do setor social e solidário, que tenha em conta as
características das famílias e diferencie positivamente aquelas que têm mais baixos recursos; crie incentivos
para que as instituições da economia social desenvolvam um trabalho em rede e de parceria, partilhando
serviços e recursos; valorize as instituições que desenvolvem iniciativas inovadoras e de empreendedorismo
social com impacto na comunidade; publicite as necessidades de celebração de novos acordos de cooperação
no site do Instituto da Segurança Social.
Apresentamos estas propostas com a coerência de quem, quer esteja na oposição quer esteja no Governo,
mantém sempre a defesa das instituições do terceiro setor, reconhecendo a importância imprescindível que
desempenham nas respostas sociais.
Fazemo-lo de espírito aberto e sem qualquer intuito partidário e sectário.
São os portugueses que ficarão a ganhar e é nessa certeza que alimentamos a expectativa de que esta
Câmara o reconheça e que ulteriormente esta proposta possa ser executada pelo Governo.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para apresentar o projeto de resolução do PSD, tem a palavra a Sr.ª
Deputada Susana Lamas.
A Sr.ª Susana Lamas (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: As instituições do setor social, como
misericórdias, IPSS (instituições particulares de solidariedade social) e mutualidades, espalhadas por todo o
território, desempenham um papel social e económico de enorme importância junto das comunidades em que
estão inseridas.
Numa sociedade cada vez mais global e impessoal, estas instituições assumem uma importância
fundamental nos cuidados e apoio às crianças, aos jovens, aos idosos, às pessoas com deficiência, enfim, a
centenas de milhares de pessoas que se encontram em situação de maior fragilidade.
É, por isso, justo e devido enaltecer o papel desempenhado por mais de 200 000 mulheres e homens que
fazem parte de milhares de instituições e que, diariamente, e de forma incansável, se dedicam aos portugueses,
sobretudo àqueles que mais necessitam.
O PSD sempre estabeleceu relações de grande solidariedade, respeito e confiança com estas instituições,
estimulando e otimizando o seu trabalho e as suas respostas sociais. Tratámos estas instituições como
verdadeiros parceiros.
No entanto, Sr.as e Srs. Deputados, não podemos esquecer que, para conseguirem dar resposta às
solicitações da sociedade civil, estas instituições necessitam de estabilidade e de previsibilidade financeiras. É
importante lembrar que, por exemplo, em 2016, são transferidos mais de 1300 milhões de euros do Orçamento
do Estado para aquelas instituições através de acordos de cooperação. Este valor representa mais de 50% dos
orçamentos da maioria destas instituições sociais.
Mas é necessário reforçar esta estabilidade e introduzir maior previsibilidade para permitir às instituições
sociais uma gestão eficaz e sem sobressaltos no seu dia a dia.
Sr.as e Srs. Deputados, não obstante todas as importantes e fundamentais reformas implementadas pelo
Governo PSD/CDS, é essencial que o atual Governo dê um sinal claro de apoio às instituições da economia
social, criando condições de estabilidade e de previsibilidade financeiras num setor crucial da sociedade e da
economia portuguesas.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.