26 DE NOVEMBRO DE 2016
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Foi nesse âmbito que discutimos e elaborámos conjuntamente, ao longo deste período, propostas como a
da revisibilidade dos custos com os contratos de manutenção de equilíbrio contratual, os CMEC, a revisão do
subsídio de interruptibilidade para os grandes consumidores de energia em alta tensão e, também, a proposta
sobre a garantia de potência e a alteração do mecanismo de garantia de potência, que é um subsídio largamente
excedentário e atribuído de forma muito opaca, bem como a substituição deste regime por outro.
O Bloco de Esquerda, neste debate orçamental, apresenta uma proposta adicional para que o atual subsídio
seja suspenso, de modo a assegurar que, no prazo mais curto e da forma mais rápida, se garanta um
abaixamento substancial de custo do sistema de subsídio de garantia de potência.
Cremos que, no conjunto, este Orçamento do Estado dá passos muito relevantes na área do combate às
rendas da energia e na área do combate ao abaixamento dos custos energéticos das famílias, e isto teve já
reflexo na tarifa que foi fixada, para a eletricidade, para o próximo ano.
Pensamos que são apenas primeiros passos que importa aprofundar e continuar a desenvolver no âmbito
da maioria parlamentar.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente: — Tem, agora, a palavra o Sr. Secretário de Estado da Energia.
O Sr. Secretário de Estado da Energia (Jorge Seguro Sanches): — Sr. Presidente, queria começar por me
dirigir à Câmara para dizer que, no Orçamento anterior, introduzimos mecanismos de transparência no setor da
energia e da eletricidade, em concreto, bem como do gás natural, que levaram a que fosse possível que o
aumento proposto pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos para o próximo ano fosse o mais baixo
dos últimos 10 anos e que, cumulativamente, fosse o mais baixo de sempre desde que há mercado liberalizado
em Portugal.
Aplausos do PS.
Queremos continuar esse caminho, dando transparência e rigor não só ao mercado da eletricidade, como
aos do gás e dos combustíveis.
Queria também dizer-lhes que as propostas que constam do Orçamento do Estado, entre as quais gostaria
de referir a da garantia de competência, resultante da aprovação de uma disposição do último Orçamento do
Estado que levou a que a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos produzisse um relatório que o Governo
tomou, vai levar a que, no próximo ano, deixe de haver um subsídio fixado de forma puramente administrativa,
por parte do Estado, e passe a haver um mecanismo concorrencial em todas as situações que são apoios à
produção de eletricidade.
Mas vamos fazer mais do que isso. Queria também chamar a atenção para duas outras medidas muito
importantes, desde logo a da existência, pela primeira vez, de um operador logístico de mudança de
comercializador, que levará a que os consumidores saibam exatamente qual o melhor comercializador de
eletricidade e gás natural e, a partir daí, passem a um processo de contratação imediata. Isto, hoje, é feito pelas
próprias empresas e é pago pelos consumidores e passará a ser pago pelo Estado, sem qualquer acréscimo de
custo.
Queria ainda dizer que o gás de garrafa passará a estar no âmbito da entidade reguladora dos serviços
energéticos. É incompreensível que o regulador de energia em Portugal estivesse inibido de poder atuar sobre
o setor do gás de garrafa, onde Portugal é um dos países com os preços mais caros — comparativamente com
Espanha tem o dobro do preço.
Aplausos do PS.
São medidas de transparência e de correção de custos que o Partido Socialista, o Governo e todos os Srs.
Deputados vão concretizar para o próximo ano.
Aplausos do PS.