I SÉRIE — NÚMERO 22
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O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP). — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, a preocupação
demonstrada neste Orçamento com a Região Autónoma dos Açores, mais concretamente com a ilha Terceira,
fica clara com o texto deste artigo 141.º, que passo a ler: «O Governo executa o Plano de Revitalização
Económica da Ilha Terceira.». Esta é, provavelmente, das normas orçamentais mais ridículas que algum debate
orçamental já algum dia viu!
Precisar de pôr numa lei de Orçamento do Estado uma norma a dizer que o Governo executa um plano de
revitalização de uma ilha é, de facto, sinal de que nem o próprio Governo confia na sua capacidade de execução,
e é muito paradigmático.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Passamos agora à discussão da proposta 55-C, apresentada pelos Deputados do PSD
Paulo Neves, Rubina Berardo e Sara Madruga da Costa, de aditamento a um artigo n.º 141-B — Incêndios de
agosto de 2016 na Região Autónoma da Madeira.
Tem a palavra a Sr.ª Deputada Rubina Berardo.
A Sr.ª Rubina Berardo (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as Deputadas e Srs. Deputados, Srs. Membros do
Governo, a solidariedade nacional para com a Madeira depois dos incêndios que a assolaram no verão foi
expressiva. Agora é fundamental materializar essa solidariedade de forma pluripartidária, através da aprovação
do pacote completo que apresentamos para acelerar o processo de apoio à reconstrução das habitações
afetadas e às famílias vítimas dos incêndios que querem refazer as suas vidas de forma mais célere, seja através
dos acordos de apoio à habitação, com o Programa de Financiamento para Acesso à Habitação (Prohabita),
seja com a correção da verba financeira, seja com o regime especial de expropriações, seja com o regime
especial de IVA para a reconstrução das habitações, que não custa um cêntimo ao Orçamento do Estado.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Passamos à discussão de duas propostas apresentadas pelo PAN, ambas de
aditamento de um artigo 143.º-A, sendo que a primeira tem a epígrafe «Formação dos técnicos do Ministério da
Agricultura» e a segunda a epígrafe «Incentivo à mobilidade elétrica».
Tem a palavra o Sr. Deputado André Silva.
O Sr. André Silva (PAN): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados, os
agricultores que pretendem converter ou proceder a investimentos em agricultura biológica deparam-se com
inúmeras dificuldades junto dos organismos públicos por falta de técnicos com formação nesta área.
Os projetos de investimento submetidos aos programas de apoio são muitas vezes subavaliados por falta de
conhecimento teórico e de domínio de práticas culturais por parte da tutela. Por isso propomos, numa primeira
fase e para fazer face a esta inequívoca carência, que se proceda à formação de dois técnicos em cada uma
das Direções Regionais de Agricultura e Pescas.
São conhecidos os benefícios da agricultura biológica nas mais diversas áreas: para a saúde do consumidor,
uma vez que não introduz agrotóxicos na cadeia alimentar, e para o ambiente porque trava a crescente
contaminação dos solos e dos recursos hídricos em curso e tem um contributo muito menor para as emissões
de gases com efeito de estufa.
A forma como estamos a produzir alimentos é insustentável. É preciso que as pessoas comecem a ter
também voz no debate alimentar e o Governo, em conjunto com todos nós, deve encetar uma reflexão sobre as
desadequadas políticas agrícolas que há muito vigoram em Portugal.
Relativamente a uma outra proposta, referente à renovação das frotas, à urgência de se implementarem as
metas de Paris e à necessidade de se concretizar um roteiro para a descarbonização da economia nacional,
levamos hoje a votação uma norma que contratualiza a substituição de 150 veículos do parque de veículos do
Estado por viaturas elétricas, já em 2017, com a meta de substituir um total de 1200 veículos até 2019. Para