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I SÉRIE — NÚMERO 28

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que aquilo que era noticiado num determinado tempo correspondia a um verdadeiro cataclismo e hoje, pura e

simplesmente, limitar, menorizar, branquear aquela que é a realidade que vai sendo denunciada, depois de

alguma greve sindical, que, hoje em dia, não pode mais deixar de denunciar determinadas realidades.

Aquilo que sabemos — e insisto, porque isto é a realidade — é que, findo o período de assistência financeira,

o que se exigia eram outras opções políticas, que, aliás, foram prometidas. Foi dito que acabava a austeridade

e que ia mudar um conjunto de coisas.

Portanto, essas são falsas promessas e eu penso que os Srs. Deputados ouviram as mesmas que nós! A

situação de agora não podemos deixar de a qualificar de publicidade enganosa.

Para nós, todos estes cortes não são de capturas graves ao SNS e que põem em causa o Estado social. E

mais uma vez insistimos: onde estão aqueles que, por muito menos, e num enquadramento restritivo, penoso,

que nos foi imposto e que tivemos de ultrapassar, em que as opções eram completamente diferentes daquelas

que estão a ser tomadas agora, todos os dias falavam de desmantelamento, de destruição e de

desinvestimento? Onde estão esses? Não podem minorizar o que se passa com milhares de portugueses e têm

hoje, aqui, uma boa oportunidade para darem uma resposta esclarecedora.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente: — Também para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Carla Cruz, do

Grupo Parlamentar do PCP.

A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Sr. Presidente, cumprimento a Sr.ª Deputada e o CDS por trazerem a debate o

tema da saúde, mas, Sr.ª Deputada, começo por lhe reavivar a memória.

Recorda-se, Sr.ª Deputada, quando no ano passado, perante uma reportagem de uma televisão que

mostrava exatamente doentes internados em cadeirões,…

O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Não fale do Dr. Paulo Macedo.

A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — … nos corredores de um hospital, um Secretário de Estado dizia «estão muito

bem instalados, não sei o que é que têm para dizer»? Era isto que dizia.

Aplausos do PCP.

Protestos do CDS-PP.

A Sr.ª Deputada veio dizer que não queria fazer uma política de casos. Sr.ª Deputada, aquilo que fez da

tribuna foi uma política de casos e de casinhos!

O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Agora são casinhos!…

A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Sr.ª Deputada, consideramos que, de facto, a situação da saúde deve preocupar,

e preocupa o Grupo Parlamentar do Partido Comunista Português. Mas o que o PSD e o CDS querem fazer é

branquear as responsabilidades da situação atual que se vive no SNS.

A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — É falso!

A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Nem os profissionais, nem os doentes esquecem a marca do PSD e do CDS na

política de saúde durante quatro anos.

Não se esquecem de doentes que morreram porque não tiveram acesso à terapêutica mais adequada. Se

não fosse o apelo de um doente na Comissão de Saúde certamente não se teria resolvido o acesso ao

tratamento da hepatite.

Sr.ª Deputada, os doentes também não esquecem a alteração na dispensa de medicamentos para a

esclerose múltipla e o VIH/SIDA. Os profissionais não esquecem o ataque cerrado que o PSD e o CDS fizeram