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I SÉRIE — NÚMERO 45

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Mas faço daqui um apelo, talvez mesmo um desafio, ao Sr. Primeiro-Ministro, que é o seguinte: ou o Sr.

Primeiro-Ministro diz o que sabe, denuncia a situação, comunica-a às autoridades criminais, ou, então, vamos

voltar outra vez à conversa de café,…

Vozes do PSD: — Isso! Muito bem!

O Sr. Carlos Santos Silva (PSD): — … ao estilo de um Primeiro-Ministro fanfarrão e pantomineiro a que

assistimos no dia a dia.

Aplausos do PSD.

Vozes do PSD: — Muito bem! É isso mesmo!

O Sr. Carlos Santos Silva (PSD): — O Sr. Primeiro-Ministro, com estas atitudes, não dignifica o País. Nessas

circunstâncias, ainda está a tempo, pois proferiu estas declarações há pouco, de esclarecer o País sobre aquilo

que quer dizer quando se refere a situações de alguma falta de transparência no processo da Carris.

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. Carlos Santos Silva (PSD): — Sr. Deputado João Paulo Correia, pensei que vinha aqui hoje falar dos

seus colegas de coligação mas, afinal, veio falar do PSD.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Pensam sempre tudo ao contrário! Não acertam uma!

O Sr. Carlos Santos Silva (PSD): — Sr. Deputado João Paulo Correia, acredito que os senhores não

queiram ser revertidos, mas aquilo que o Partido Comunista vos fez é uma tentativa de reversão. Nessas

circunstâncias, pensei que vinha aqui pedir explicações aos vossos companheiros de viagem e, portanto, um

apelo que lhe deixo também é para que se entendam.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Não se preocupe!

O Sr. Carlos Santos Silva (PSD): — Os senhores organizem-se! Os senhores governam o País e, portanto,

organizem-se e não deem um espetáculo triste daquilo que é governar o País de uma forma menos clara, menos

transparente, como o fazem no dia a dia. Já agora, Sr. Deputado João Paulo Correia, diria que o senhor mudou

de posição. O senhor também mudou de posição! Veio dizer que o PSD mudou de posição mas o Sr. Deputado

João Paulo Correia, em 2012, disse: «Vivemos uma realidade económico-financeira orçamental bem diferente,

com metas mais exigentes e mais rigorosas. Daí que o orçamento dos transportes tenha que ser de contração,

de redução do limite do endividamento, de redução dos cargos dirigentes. Relembro a redução de 20% dos

administradores, 15% na despesa de funcionamento». E depois acusava ainda — vejam bem! — a esquerda de

populismo e dizia que a direita não tinha nenhuma ideia sobre o setor.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Queira terminar, Sr. Deputado.

O Sr. Carlos Santos Silva (PSD): — O Sr. Deputado mudou também de posição e nessas circunstâncias…

O Sr. João Paulo Correia (PS): — Em 2002 eu não era Deputado!

O Sr. Carlos Santos Silva (PSD): — Eu posso clarificar a questão da data, mas estaso são declarações

suas em sede deste Parlamento, Sr. Deputado.

Aplausos do PSD.