2 DE FEVEREIRO DE 2017
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O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem a palavra, para pedir esclarecimentos, o Sr. Deputado Bruno
Dias, do PCP.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Deputado Carlos Silva, no início da
sua intervenção, daquela tribuna, o Sr. Deputado referiu aqui a dívida que existia nas empresas públicas de
transportes quando entrou em funções o vosso Governo, em 2011.
Queria fazer-lhe uma pergunta: que dívida existia nestas empresas quando os senhores saíram? Era de 17
000 milhões, em 2011, quando os senhores entraram, e quando os senhores saíram do Governo, Sr. Deputado?
Diga lá! Não sabe?! Respondo-lhe eu: passou de 17 000 para 20 000 milhões de euros a dívida das empresas
em nome da qual os senhores semearam a destruição no serviço público de transportes e destruíram circulações
que estavam no serviço público às populações. Não venha falar em dívida, Sr. Deputado!… Não se lembre de
coisas tristes porque, depois, tem de ouvir aquilo de que não gosta.
Aplausos do PCP.
O Sr. Deputado veio aqui trazer o belíssimo negócio que estava preparado com a parceria público-privada
para a Metro e para a Carris.
Eu digo-lhe: o privado recebia 235,4 milhões de euros por ano, quase 2000 milhões de euros num contrato
de oito anos; recebia 106,3 milhões pela Metro, 50% da receita da venda de títulos, 43,2 pela disponibilidade de
serviço, hoje 9,5; recebia 129 milhões de euros pela Carris, 44,5 milhões de euros das receitas de transporte da
Carris e 78,6 milhões pela disponibilidade da frota. Isto era receita garantida, negócio de ouro para os privados
que iam tomar conta do negócio. O privado recebia toda a rede de infraestruturas, as centrais de camionagem,
os PMO (parques de material e oficinas), tudo de borla!
Sr. Deputado, foi isto que o senhor aqui veio dizer que era a alternativa que ainda hoje os senhores
defendem?! O Sr. Deputado tem o desplante de apresentar à Assembleia e ao País esta solução em que o
privado recebia para usar gratuitamente toda a frota do metro, cuja manutenção era transferida para uma
multinacional com o Estado a assumir os custos todos? É isto que o senhor apresenta como solução para as
empresas, perante os problemas que os senhores provocaram?
O PSD veio aqui fazer uma profissão de fé na entrega aos grupos económicos que os senhores tentaram
impor numa atitude de revanchismo queixinhas para se pendurarem agora no elétrico desta discussão sobre o
modelo de discussão das empresas.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Essa é boa!
Protestos do PSD.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Queira terminar, Sr. Deputado.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Termino, Sr. Presidente.
Mas os senhores não conseguem disfarçar que a vossa verdadeira preocupação não é o modelo de gestão
— autarquia/poder central. Não é, é tudo o que não seja entregue ao privado. Esse é que é o vosso problema e
é essa questão que não conseguem disfarçar, Sr. Deputado.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem a palavra, para um último pedido de esclarecimentos, o Sr.
Deputado Hélder Amaral, do CDS-PP.
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Deputado Carlos Santos Silva,
gostava de começar por duas questões e a primeira não tem a ver com o modelo.
Nós tínhamos um modelo claro, mais financiamentos,…