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I SÉRIE — NÚMERO 45

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O Sr. Carlos Santos Silva (PSD): — Fez tudo isso e, nestas circunstâncias, Sr. Deputado, apesar de ter

tentado apoucar aquilo que foi a ação governativa do anterior Governo, temos muito orgulho na nossa obra.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — É essa a abordagem que consegue trazer? Não consegue melhor do que isso?

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Queira terminar, Sr. Deputado.

O Sr. Carlos Santos Silva (PSD): — Vou terminar, Sr. Presidente.

O PCP tem uma visão destas coisas que é a de que o problema deles não é a qualidade do serviço. Os

senhores não têm problema com o serviço, com os utentes chegarem a horas ao trabalho, esse não é um

problema vosso. O vosso problema é a titularidade do capital.

Vozes do PSD: — Exatamente!

O Sr. Carlos Santos Silva (PSD): — Para vocês, o importante é saber se é público ou não é público, e tudo

o que é público é bom, o que não é público é mau. Mas a nossa preocupação, Sr. Deputado, tem a ver com a

sustentabilidade, tem a ver com a qualidade do serviço, tem a ver com a preocupação com os utentes, se os

utentes chegam a horas ao trabalho, se os utentes podem passear. É com isso que nós temos preocupações e,

portanto, foi isso que se fez.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Tenha respeito pelas pessoas que têm de ir trabalhar de manhã!

O Sr. Carlos Santos Silva (PSD): — Os Srs. Deputados têm uma preocupação com o capital mas o Partido

Socialista tem outra preocupação, que é «alguém há de pagar», ou seja, dívida em cima de dívida, juros em

cima de juros e alguém há de pagar.

Mas agora há uma preocupação adicional do Partido Socialista, que é a preocupação eleitoralista. O Partido

Socialista, para além do «alguém há de pagar», agora, está empenhado em ganhar a Câmara de Lisboa e

resolveu dar uma benesse ao Presidente da Câmara de Lisboa através da entrega da Carris.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para uma declaração política, tem a palavra o Sr. Deputado João

Paulo Correia.

O Sr. João Paulo Correia (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O índice do Banco Mundial sobre

o desempenho logístico de 160 países revelou recentemente que a competitividade dos portos nacionais caiu

10 lugares, entre 2014 e 2015. Dos indicadores em causa, a qualidade das infraestruturas foi o que mais se

degradou em 2015. Significa isto que a competitividade portuária nacional afundou nos anos da anterior

governação PSD/CDS.

A verdade é que o setor portuário nunca foi uma prioridade do anterior Governo. A verdade é que não houve

estratégia para um setor que oferece um enorme potencial para o crescimento económico do País. A verdade é

que não houve visão transformadora para um setor fundamental no apoio à atividade económica, principalmente

ao setor exportador. A verdade é que a queda da competitividade dos portos nacionais em 2015 resultou do

desinvestimento deliberado a que o anterior Governo votou o setor.

Por tudo isto, a Estratégia para o Aumento da Competitividade Portuária 2016-2026, apresentada há dias

pelo Governo, surge com redobrada importância, por um lado, para responder às necessidades futuras de

movimentação de carga, por outro, para impulsionar as atividades industriais relacionadas com a economia do

mar.

O primeiro objetivo estratégico passa por adequar as infraestruturas portuárias ao aumento da procura e da

dimensão dos navios e às ligações ao hinterland.

Um outro objetivo pretende apostar na melhoria das condições de operacionalidade das unidades portuárias.