2 DE FEVEREIRO DE 2017
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O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem a palavra, para pedir esclarecimentos, o Sr. Deputado Heitor
Sousa, do Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda.
O Sr. Heitor Sousa (BE): — Sr. Presidente, Sr. Deputado João Paulo Correia, queria começar por felicitá-lo
relativamente à importância do tema que trouxe a esta Câmara, a estratégia para o desenvolvimento do setor
portuário nacional.
Não posso deixar de o felicitar por isso e de lhe perguntar se tem alguma capacidade de influenciar o Governo
no sentido de fazer chegar a documentação referida, que faz parte desse documento de grande importância, à
Assembleia da República,…
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Já agora…
O Sr. Heitor Sousa (BE): — … a fim de podermos contactar mais de perto com todo o documento e toda a
estratégia que o Sr. Deputado aqui apresentou, nas suas linhas principais.
Depois deste pequeno requerimento, aquilo que lhe queria pedir, Sr. Deputado, eram alguns esclarecimentos
sobre pontos muito concretos.
O primeiro pedido de esclarecimento é feito, se calhar, por eu não conhecer o documento na sua totalidade.
Houve alguns portos nacionais, de âmbito regional, que o Sr. Deputado não referiu. Estou a falar, por exemplo,
do porto da Figueira da Foz e do porto de Faro, no Algarve, onde havia, e há, movimentação de mercadorias e
que têm algumas ameaças que impendem sobre eles. Por exemplo, para o porto de Faro foi anunciado que o
terminal de cimento vai deixar de funcionar. Portanto, há um conjunto de ameaças para esses portos de segunda
linha, digamos assim. O que lhe queria perguntar, Sr. Deputado, era se nos podia ajudar a esclarecer qual é o
papel que o Governo entende que está reservado a esses portos de segunda linha, do ponto de vista dessa
estratégia da atividade portuária.
A segunda questão tem a ver com o anúncio que o Sr. Deputado fez sobre a construção do novo terminal de
contentores no Barreiro.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Queira terminar, Sr. Deputado.
O Sr. Heitor Sousa (BE): — Vou terminar, Sr. Presidente.
Isso coloca um problema, que, desde já, se pode configurar, que é a sua articulação, no âmbito da gestão
que a administração do porto de Lisboa tem de fazer de forma integrada com o terminal de contentores do
Barreiro.
Como é que essa articulação poderá ser feita, poderá ser encarada, dado que isso pressupõe, creio eu, que
uma parte da movimentação atual de contentores na margem norte seja transferida para a margem sul. A menos
que se esteja apenas a prever que esse novo terminal de contentores acomode apenas os crescimentos de
atividade que se podem prefigurar agora, nesta altura.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado João Paulo
Correia, do Grupo Parlamentar do PS.
O Sr. João Paulo Correia (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, agradeço todas as questões
colocadas.
Começaria por dizer que a estratégia para o aumento da competitividade portuária foi apresentada há dias e
estou certo de que o documento chegará na íntegra ao Parlamento, como tem acontecido.
Isso justifica também a razão pela qual ainda não foi concretizado nenhum investimento dos que foram
anunciados: é que a estratégia foi anunciada há dias.
Relativamente às questões colocadas pela direita, por parte do CDS-PP — muito preocupado com a taxa
interna de rentabilidade de algumas concessões, de alguns terminais —, gostaria de recordar que até o Tribunal
de Contas achou muito estranho que a taxa interna de rentabilidade do terminal de contentores de Leixões, em