I SÉRIE — NÚMERO 60
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Ela remonta aos tempos das forças de bloqueio e continuou, porque todos nos lembramos bem do que é que
o meu antecessor dizia sobre o Tribunal Constitucional durante os quatro anos de guerrilha e confronto
constitucional permanente animados pela anterior maioria.
Aplausos do PS.
E é notável o incómodo que sentem perante a comunicação social livre,…
Protestos do PSD.
…porque sempre que a comunicação social trata de algum tema que é incómodo para a anterior maioria, o
que é que é dito?
O Sr. Filipe Neto Brandão (PS): — Dizem que são plantadas!
O Sr. Primeiro-Ministro: — O que é dito é que essas notícias são plantadas pelo Governo.
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Quem manda SMS aos jornalistas é você!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Como se a comunicação social não fosse um conjunto de entidades livres e
estivessem a ser sujeitas a esse tipo de influência.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Se calhar sabem bem do que falam!
O Sr. Primeiro-Ministro: — É isso! Se calhar sabem do que é que falam!
O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — De facto, aqui também houve uma mudança e todas as bancadas deviam
meditar profundamente sobre o editorial do jornal Público do dia seguinte ao último debate quinzenal pela lição
do que é uma imprensa livre, crítica dos poderes vigentes em Portugal e de todos os poderes que governaram
o nosso País.
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Devia, devia!
O Sr. Primeiro-Ministro: — É tempo de se habituarem a viver com as entidades fiscalizadoras e de não as
verem sempre como forças de bloqueio,…
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Gostava de saber a quem é que a carapuça assenta!
O Sr. Primeiro-Ministro: — … porque é na tensão e na confrontação democrática que os países mais
desenvolvidos encontram as melhores condições para o seu desenvolvimento.
O Sr. Presidente: — Tem de concluir, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — É por isso que, no fundo, todos gostamos de viver em democracia, Dr. Passos
Coelho.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Terminamos, assim, o primeiro ponto da nossa ordem de trabalhos.