I SÉRIE — NÚMERO 60
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melhor o valor da descentralização efetiva para a unidade e para a eficiência do Estado. Historicamente, aliás,
essa unidade só foi afetada quando recusámos a descentralização e foi sempre reforçada quando a adotámos.
Para já, avançaremos certamente no desejado e, a seu tempo, não deixaremos de avançar para o desejável. O
PS, também neste caso, assume-se como um grande partido da descentralização de agora e da
descentralização do futuro.
Aplausos do PS.
Sr. Primeiro-Ministro, como bem aqui divulgou, os últimos indicadores económicos e sociais, especialmente
relativos ao quarto trimestre, revelam a consolidação de um percurso positivo que temos vindo a fazer. Um
percurso positivo confirmado, apesar, por exemplo, das previsões do Conselho das Finanças Públicas que, em
meados do segundo semestre de 2016, dizia que vários indicadores do PIB (produto interno bruto) estavam em
regressão e que o emprego estaria a diminuir. Provou-se, assim, o oposto às previsões e, sobretudo, provou-se
que o trabalho desenvolvido pelo atual Governo fez com que a nossa economia crescesse, que o nosso
investimento crescesse, que a confiança dos empresários crescesse, que a confiança dos consumidores
crescesse e que o emprego crescesse e que o desemprego diminuísse.
Aplausos do PS.
Esse é um património indiscutível do atual Governo.
O lançamento de vários programas, do programa Qualifica, do programa Estratégia para a Indústria 4.0, do
programa Interface, do programa Capitalizar, e outros, permite, justamente, consolidar e incrementar este
percurso que estamos a fazer.
Em síntese, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Primeiro-Ministro: reduzimos o défice; melhorámos a economia;
melhorámos as exportações; melhorámos o investimento; melhorámos a confiança dos empresários e dos
consumidores; temos mais emprego e diminuímos o desemprego. Nada disto caiu do céu. Tudo isto aconteceu
durante o mandato do Governo, e com a ação do Governo, que a oposição esconjurou.
Aplausos do PS.
Conseguimos melhor e vamos fazer ainda melhor!
Faço uma breve referência, Sr.as e Srs. Deputados, ao processo das offshore, para dizer que aguardaremos
os relatórios e as investigações em curso, designadamente no âmbito da Inspeção-Geral de Finanças. Mas, há
que registar o que, efetivamente, não é tão superficial quanto isso: um Secretário de Estado que começa por
excluir-se de responsabilidade e acaba por culpabilizar-se; um Secretário de Estado que começa por dizer que
tinha dúvidas e acaba por dizer que a transparência beneficia o infrator — afinal, foi mesmo a publicação dessas
transferências que suscitou as discrepâncias de que se fala, em milhares de milhões de euros —; um Secretário
de Estado que diz que só ele é que sabia que não sabia dos movimentos para os offshore e da lei da rolha que
aplicou, mas, afinal, o gabinete do Ministro ou da Ministra das Finanças já sabiam, por comunicação do
Secretário de Estado. Não tarda que se perceba que o que a Ministra das Finanças sabia o Primeiro-Ministro de
então não podia também deixar de saber.
Aplausos do PS.
Esta é a história de um Governo ao qual, de certeza, não faltam outras histórias semelhantes. Mas esta
questão dos offshore demonstrou, sobretudo, que este Governo teve uma opção política, teve uma política fiscal:
a política de perseguição dos cidadãos; a política de perseguição, até concedo, da pequena fraude, deixando
de fora tudo quanto podia ser relevante e todos quantos podiam ser importantes.
Sr. Primeiro-Ministro, Sr.as e Srs. Deputados, aproveito para usar, aritmética e proporcionalmente, o meu
tempo excedente, que é de 2 minutos e 11 segundos.