27 DE ABRIL DE 2017
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Risos do Deputado do PSD Miguel Santos.
Não houve nenhum setor onde o esforço tivesse sido tão grande. Só médicos foram contratados 1400; foram
abertas 55 unidades de saúde familiar; e foram criadas mais de 600 camas de cuidados continuados.
O nosso objetivo é muito claro: que todos os portugueses tenham médico de família. É nesse sentido que
estamos a trabalhar, compromisso, esse, que também iremos cumprir. Passo a passo iremos cumprir, como
temos estado a fazer. E esse é um esforço que vai ser continuado. Não é fácil, mas é o esforço necessário. Não
temos a menor dúvida de que o objetivo do défice é muito importante, mas ele é instrumental para aquilo que é
essencial. E o que é essencial são as portuguesas e os portugueses e, entre as várias necessidades que têm,
e que são muitas — as da habitação, as da educação… —, há uma que é central e transversal a todos, a todas
as gerações: a da saúde.
O Sr. Miguel Santos (PSD): — E a habitação também!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Esse é um investimento que temos de continuar a fazer e sabemos bem que,
por muita racionalização que se faça, há recursos humanos que são imprescindíveis e que temos de reforçar. E
iremos continuar a fazer esse reforço.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem, de novo, a palavra a Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia.
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, sim, há questões e setores
que são fundamentais para os portugueses. E o compromisso que assumimos — e que Os Verdes também
quiseram introduzir na Posição Conjunta que assinámos com o Partido Socialista — é o de que é fundamental
um médico de família para todos os portugueses. Sabemos as carências, a dificuldade em marcar uma consulta,
a dificuldade de ter acesso ao direito fundamental à saúde, constitucionalmente consagrado. Trabalhar para
esse objetivo é fundamental. O Sr. Primeiro-Ministro colocou um prazo para esse cumprimento e esse prazo
deve ser cumprido.
Sr. Primeiro-Ministro, de facto, o défice e o tratado orçamental têm-se constituído num obstáculo fundamental
e explícito ao processo de desenvolvimento do nosso País. Há respostas que têm de ser dadas e, como já
afirmámos noutras alturas, esbarramos no défice. Mas, Sr. Primeiro-Ministro, esse trabalho de «encolher» os
números ainda mais do que Bruxelas exige os portugueses não agradecem.
É um recado que Os Verdes deixam ao Primeiro-Ministro — aliás, já o fizemos noutras alturas — e acho que
é fundamental ter em conta que devemos trabalhar para as pessoas e não para os números.
Em relação ao desenvolvimento, há outro setor fundamental: a coesão territorial e o combate às assimetrias
regionais.
Sr. Primeiro-Ministro, veja bem se Os Verdes não têm razão neste raciocínio — e acho que o País já
promoveu esse debate das mais diversas maneiras: há um meio-termo de reflexão, de poder, de intervenção,
que falha no nosso País…
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Queria terminar, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — … e a regionalização é uma resposta determinante para,
justamente, dar lugar a respostas necessárias no âmbito do desenvolvimento do nosso País, respostas, essas,
que não compete ao Governo nem ao poder local municipal darem, mas, sim, ao regional. E essa falha, Sr.
Primeiro-Ministro, não podemos prolongá-la por muito mais tempo.
Sr. Primeiro-Ministro, é ou não verdade que a regionalização seria uma peça e um instrumento fundamentais
para promover esse desenvolvimento?
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.