8 DE JUNHO DE 2017
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ter toda a gente com contratos a prazo, mesmo para funções permanentes. Isso, do nosso ponto de vista, é
inadmissível e tem de acabar. Como é inadmissível dar às entidades empregadoras a possibilidade de imporem
unilateralmente uma flexibilização de horários que obrigam os trabalhadores a trabalhar horas extras sem
receberem qualquer compensação.
O Sr. António Carlos Monteiro (CDS-PP): — Não está a responder à pergunta!
O Sr. José Moura Soeiro (BE): — Sr.ª Deputada Clara Marques Mendes, é verdade que esta maioria tem
dado alguns passos no combate à precariedade, nomeadamente na Administração Pública. Aprovámos, há duas
semanas, alterações à lei da ação especial do reconhecimento da existência do contrato de trabalho, mas, Sr.ª
Deputada, acho que o PSD devia ter alguma vergonha…
A Sr.ª Clara Marques Mendes (PSD): — Não tem, não!
O Sr. José Moura Soeiro (BE): — … em vir aqui dar lições sobre a criação de emprego e o combate à
precariedade.
Sr.ª Deputada, quer comparar a criação de emprego durante o período das políticas de austeridade com a
criação de emprego em período de recuperação de rendimentos?
A Sr.ª Carla Barros (PSD): — Podemos comparar!
O Sr. José Moura Soeiro (BE): — Sr.ª Deputada, penso que os resultados estão à vista e a diferença é
bastante explícita.
A Sr.ª Deputada admirou-se porque o Bloco de Esquerda não ia ficar à espera do acordo dos patrões para
aprovar medidas de combate à precariedade. A sério que se admirou com isso? Olhe, Sr.ª Deputada, então é
porque conhece mal o Bloco de Esquerda.
Com certeza que as medidas de combate à precariedade devem responder ao interesse da maioria do País
que vive do seu trabalho e sabemos que para isso é preciso afrontar interesses instalados e que muitos desses
interesses resultam de práticas patronais condenáveis que foram suportadas pela legislação laboral que o PSD
e o CDS fizeram.
A nossa alteração à legislação laboral não responde a interesses particulares dos patrões. Responde ao
interesse da maioria, de quem vive do seu trabalho e de quem tem direito a ser respeitado.
Vozes do BE: — Muito bem!
O Sr. José Moura Soeiro (BE): — Sr.ª Deputada, tal como o CDS, repetiu uma conversa geral sobre a
maioria, mas sobre este tema nada disse. Fico na dúvida, a partir da sua intervenção, se terá lido sequer os
projetos que hoje aqui trazemos a debate.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Rita Rato, em nome do Grupo Parlamentar do PCP,
para apresentar os projetos de lei n.os 186/XIII — Revoga os mecanismos de adaptabilidade e de banco de
horas, nas modalidades grupal e por regulamentação coletiva, procedendo à 11.ª alteração à Lei n.º 7/2009, de
12 de fevereiro, que aprova o Código do Trabalho (PCP), 187/XIII (1.ª) — Revoga a aplicação aos trabalhadores
em funções públicas dos mecanismos de adaptabilidade e de banco de horas, procedendo à terceira alteração
à Lei n.º 35/2014, de 20 de junho, que aprova a Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas (PCP) e 211/XIII
(1.ª) — Revoga os mecanismos de adaptabilidade individual e do banco de horas individual, procedendo à 11.ª
alteração à Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro, que aprova o Código do Trabalho (PCP).