8 DE JUNHO DE 2017
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O Sr. Ricardo Bexiga (PS): — … porque, como sabem, houve um compromisso assumido pelo Governo…
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Lá se vai a palavra, outra vez!…
O Sr. Ricardo Bexiga (PS): — … no sentido de que, em matéria laboral, de revisão laboral, iríamos esperar
pela negociação no âmbito da concertação social;…
A Sr.ª Isabel Pires (BE): — Mas está no Programa do Governo! É cirúrgico!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Não é a altura!…
O Sr. Ricardo Bexiga (PS): — … e, por outro lado, a iniciativa do Bloco de Esquerda…
Protestos do CDS-PP.
Querem ajudar-me na resposta?! Querem responder à Sr.ª Deputada? Se o Sr. Deputado António Carlos
Monteiro quiser, pode responder, pelo PS, à Sr.ª Deputada. Quer fazê-lo? Muito obrigado.
Protestos do CDS-PP.
O Sr. Carlos César (PS): — Tenham calma!
O Sr. Ricardo Bexiga (PS): — Como eu estava a dizer, para além do timing da iniciativa, há outro elemento
fundamental, que é o de ser uma intervenção meramente parcelar, que vem contribuir para aquilo que, nos
últimos anos, o direito laboral em Portugal sofreu, ou seja, intervenções cirúrgicas que, pensando que resolviam
problemas pontuais, acabaram por criar problemas globais, que não podem ser vistos na sua parcialidade.
É evidente que, quer relativamente às questões da precariedade quer relativamente à regulação dos horários
de trabalho e, fundamentalmente, à questão relacionada com os bancos de horas, temos de perspetivar o que
são as boas e as más soluções, aquilo que deve ser extraordinário daquilo que está a ser, infelizmente,
pervertido pelo tecido económico, em situações que não acautelam os direitos dos trabalhadores.
Mas não temos dúvidas de que há situações em que o trabalho por contrato a termo se justifica. Acautele-
se, de facto, que este modelo de contratação não seja utilizado de uma forma ordinária mas de uma forma
extraordinária, para a qual foi construído.
O banco de horas teve um contributo essencial no aumento da competitividade das empresas portuguesas,
designadamente das pequenas e médias empresas. O problema não é a existência do banco de horas.
Somos contra o banco de horas individual, mas não somos contra o banco de horas grupal, enquadrado no
âmbito da negociação coletiva, porque sabemos que se os trabalhadores e as empresas, do ponto de vista de
encontro de vontades, construírem boas soluções, são soluções que interessam aos trabalhadores e às
empresas e que, sobretudo, ao desenvolvimento do País e ao crescimento da economia portuguesa.
Este é o nosso grande objetivo: conseguir criar condições para que se acautelem os interesses dos
trabalhadores e para que, ao mesmo tempo, se acautele também a competitividade e o crescimento da economia
portuguesa.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Antes de entrarmos no segundo grupo de pedidos de
esclarecimentos, a Mesa deseja lembrar que estão a decorrer, até às 17 horas, na Sala D. Maria, eleições para
um Membro Representante da Assembleia da República no Conselho de Fiscalização do Sistema de
Informações da República Portuguesa (CFSIRP).
Tem agora a palavra, para pedir esclarecimentos, a Sr.ª Deputada Susana Lamas.