9 DE JUNHO DE 2017
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O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Pensamos que isto é inaceitável. Temos propostas. Assim, gostaria de
saber se o Governo vai acompanhar o PCP nesta matéria, procurando acabar com este escândalo inaceitável
em que quem paga são as famílias, são as pequenas e médias empresas.
Aplausos do PCP e de Os Verdes.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Jerónimo de Sousa, acompanhamos, obviamente,
a preocupação de todos, de reduzir o custo da energia e os encargos para o Estado com a energia. Foi por isso
que, este ano, se conseguiu que tivéssemos o menor aumento de sempre, desde que o mercado foi liberalizado,
no preço da eletricidade para todas as famílias.
Foi por isso que, aqui, todos, em conjunto, construímos as soluções que permitiram alargar a tarifa social da
eletricidade, que abrangia pouco mais de 60 000 famílias, para abranger já 800 000 famílias.
Foi também por isso que, este ano, já houve uma redução do preço do gás para a indústria.
É por isso que temos estado a apoiar a instalação de novas tecnologias que produzem energia limpa e segura
sem qualquer tipo de subsidiação. A central solar de Alcoutim foi o primeiro exemplo, e temos de alargar estes
exemplos.
Conforme os contratos forem sendo concluídos, por esgotamento do seu próprio prazo, temos condições
para eles poderem ser renegociados, e, obviamente, renegociados tendo em conta aquela que é a nova
realidade. E é por termos bem presente a situação desproporcionada da distribuição dos encargos e das
responsabilidades, no quadro da energia, que temos mantido a contribuição extraordinária no setor energético,
relativamente à qual havia o compromisso, do Governo anterior, de a eliminar e que nós mantivemos, não
obstante a conflitualidade judicial de que temos sido objeto por parte das empresas, em particular da EDP, que
anteriormente tinha uma posição dócil e que passou a ter uma posição hostil desde que o governo mudou.
Isto significa que devemos prosseguir esta trajetória e estamos, naturalmente, disponíveis para considerar
todas as soluções que, no respeito…
O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Vou já terminar, Sr. Presidente.
Como eu estava a dizer, estamos disponíveis para considerar todas as soluções que, no respeito do quadro
legal, permitam, efetivamente, continuar a reduzir significativamente os encargos que devem ser reduzidos para
as famílias, para as empresas e para o Estado com a produção e a distribuição da energia.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para formular perguntas, tem a palavra a Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia.
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, não é novidade que Os Verdes
digam que o ataque dirigido à escola pública, por parte do anterior Governo PSD/CDS, foi brutal, com uma
profunda desvalorização de profissionais, como os professores, assistentes operacionais ou psicólogos, logo,
com reflexos muito concretos nas aprendizagens dos próprios alunos.
O Sr. Primeiro-Ministro diz aqui, neste debate, que tem consciência de que, daqui a um ano, os problemas
não estarão resolvidos. É bem verdade que eles são muitos e profundos, Sr. Primeiro-Ministro, mas, daqui a um
ano, temos de estar mais próximos da sua resolução, e é essa proximidade que precisamos de perceber.
Relativamente à vinculação dos professores contratados, o Governo dá um primeiro passo, com 3000
professores; nós, Os Verdes, dizemos que é pouco, face à realidade dos professores contratados, que rondarão
sensivelmente, mais coisa menos coisa, os 20 000.
Portanto, Sr. Primeiro-Ministro, o que é fundamental perceber é qual é o plano do Governo para a vinculação
de mais professores.