16 DE JUNHO DE 2017
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em Viseu, a consulta de dermatovenereologia tem um tempo de espera de 492 dias para um máximo de 150 e
a consulta de oftalmologia muito prioritária tem um tempo de espera de 102 dias para um máximo de 30; no
Hospital Pediátrico de Coimbra, a consulta de cirurgia plástica reconstrutiva prioritária tem um tempo de espera
de 133 dias para um máximo de 60 e a consulta de ginecologia muito prioritária tem um tempo de espera de 116
dias para um máximo de 30; no Hospital de Portimão, a consulta de anestesiologia tem um tempo de espera de
290 dias para um máximo de 150 e a de gastro tem um tempo de espera de 695 dias para um máximo de 150.
Imagino que o Sr. Ministro não gostaria de precisar de uma consulta de gastroenterologia, se vivesse no Algarve
nestas condições!?
Por isso, Sr. Ministro, o que pergunto é o seguinte: confrontado com este cenário do Serviço, que não me
parece auspicioso nem de saúde, o que é que pretende fazer? O que o Sr. Ministro diz é que está bastante
satisfeito, porque no final do primeiro ano completo deste corte de 35% vai ter uma poupança de 35 milhões de
euros e que irá aproveitar a gestão partilhada de recursos humanos das várias unidades do Serviço. E eu
pergunto: gestão partilhada de quê, se a questão é, precisamente, a de que não há recursos humanos
disponíveis no Serviço?
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
A Sr.ª Ana Rita Bessa (CDS-PP): — Portanto, para além da austeridade que vemos repetidamente em todos
estes exemplos, que mais tem o Sr. Ministro para mostrar?
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Queira terminar, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Ana Rita Bessa (CDS-PP): — Vou terminar de seguida, Sr. Presidente.
O Sr. Ministro pode garantir, aqui, hoje, a acessibilidade e a qualidade do Serviço Nacional de Saúde?
Termino com uma pergunta dirigida também ao Bloco de Esquerda, ao PCP e a Os Verdes: foi para isto que
os senhores viabilizaram esta solução de Governo? Foi para este Serviço Nacional de Saúde que os senhores
a viabilizaram? É que se era para ter austeridade, sinceramente, estamos conversados.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Carla
Cruz, do PCP.
A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados, hoje, da tribuna, o
PSD tentou fazer uma encenação — a que, aliás, já nos tem habituado — para branquear as suas
responsabilidades pela atual situação do Serviço Nacional de Saúde.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Mais uma encenação!
A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Disse o Sr. Deputado Miguel Santos que o Serviço Nacional de Saúde está a
atrasar a entrada de medicamentos inovadores, mas esqueceu-se de referir que o Governo anterior protelou a
entrada de medicamentos,…
O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Bem lembrado!
A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — … nomeadamente de medicamentos para a hepatite C, que podiam ter salvado
vidas, e que alguns doentes acabaram por morrer devido à falta de acesso a esses medicamentos.
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Exatamente!
A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — O Sr. Deputado veio dizer que faltam profissionais no Serviço Nacional de Saúde,
o que é verdade, mas esqueceu-se de dizer que foi no tempo do Governo PSD/CDS-PP que mais profissionais