I SÉRIE — NÚMERO 98
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saíram do Serviço Nacional de Saúde: em 2012, havia 129 500 profissionais de saúde e em 2014 havia 121
083.
O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Bem lembrado!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!
A Sr.ª Ângela Guerra (PSD): — O Governo não está nesta bancada!
A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Sr. Ministro da Saúde, não quer isto dizer que não haja problemas no Serviço
Nacional de Saúde. Há problemas, e muitos, no Serviço Nacional de Saúde, mas, de facto, esses problemas
não são de hoje, não são de agora, são da responsabilidade de sucessivos governos, particularmente do PSD
e do CDS-PP.
No que respeita aos profissionais de saúde, é importante referir que a falta de profissionais grassa em todo
o Serviço Nacional de Saúde, e a este propósito não podemos deixar de referir as demissões da direção clínica
e dos demais diretores de serviços do hospital Amadora-Sintra, devido às dificuldades que sentiam em contratar
profissionais de saúde, designadamente médicos.
Sr. Ministro, é importante que seja clara a resposta que o Governo vai dar no sentido do reforço da resposta
pública, da contratação de profissionais de saúde, da valorização desses profissionais e do reforço do Serviço
Nacional de Saúde.
Aplausos do PCP e de Os Verdes.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para o último pedido de esclarecimento deste primeiro bloco,
tem a palavra o Sr. Deputado Simão Ribeiro, do PSD.
O Sr. Cristóvão Simão Ribeiro (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, falar, nesta Câmara, em
reformar o Serviço Nacional de Saúde, em avaliar a prestação de cuidados de saúde de qualidade aos
portugueses, em debater a própria sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde acarreta também, na nossa
opinião, a obrigatoriedade de debater aquilo que deve ser o planeamento integrado da formação médica em
Portugal.
Sr. Ministro da Saúde, recordo que, apesar de todas as dificuldades que sentimos, as vagas para formação
médica especializada foram aumentando ano após ano na anterior Legislatura. Sucede que, segundo os dados
que temos, existem hoje cerca de 270 jovens médicos formados, 270 jovens que não tiveram acesso a formação
médica especializada, o que por si só já seria um fator grave.
Mas mais grave ainda, Sr. Ministro, é que, face àquilo que era a realidade de 2015 e de 2016, assistamos ao
seguinte: nada mais, nada menos do que o triplo do número de médicos sem acesso a formação especializada
em relação a 2015. Falamos, portanto, de 1719 vagas identificadas para 2466 jovens médicos recém-formados
candidatos à vaga e à formação de especialidade; falamos, como já aqui foi referido, de mais de 700 jovens
médicos que, muito provavelmente, verão ser-lhes recusado, neste ano, o acesso à formação especializada.
Ora, Sr.as e Srs. Deputados, se juntarmos estes 700 jovens médicos aos 270 que há pouco referi, estamos
perante 1000 jovens médicos indiferenciados. São 1000 jovens médicos que estão numa situação precária — o
que, aliás, não seria de espantar, não fossem os senhores «encher a boca», constante e diariamente, com o
combate à precariedade.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — É verdade!
O Sr. Cristóvão Simão Ribeiro (PSD): — São 1000 jovens médicos que não terão acesso às carreiras
médicas e, Sr. Ministro, já não refiro aqueles que poderão vir a ser custos a médio e a longo prazos para o
Serviço Nacional de Saúde.