O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 102

14

E mais: não ignoro que um dos…

O Sr. Presidente: — Já ultrapassou seu tempo, Sr. Primeiro-Ministro

O Sr. Primeiro-Ministro: — Vou já terminar, Sr. Presidente.

Não ignoro que um dos passos que podemos e devemos dar para aumentar a dimensão da área pública da

floresta é o de que todas as áreas florestais que sejam integradas no banco de terras não possam ser vendidas

e possam ser simplesmente arrendadas para exploração, de forma a garantir essa maior presença do Estado.

Por fim, Sr. Presidente, e para concluir, há que restringir o eucalipto, proibir, como está proposto, a expansão

da sua área, incentivar a sua deslocalização, porque a mancha do eucalipto, sobretudo nas zonas do interior,

com as condições bioclimáticas que têm, é a de maior risco, e, portanto, a sua deslocalização para outras áreas

sem aumentar as áreas de eucalipto, não só…

O Sr. Presidente: — Tem de concluir, Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — … aumenta a sua própria produtividade como melhora muito a segurança

relativamente aos incêndios florestais.

Muito obrigado, Sr. Presidente, pela tolerância.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Assunção Cristas, em nome do Grupo Parlamentar do

CDS-PP.

A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, decorreu já mais de semana e

meia sobre a tragédia que levou a vida de 64 pessoas, que deixou o País consternado, ainda em luto, e este é

o tempo de nos prepararmos para trabalhar em várias frentes.

Queria deixar, hoje, claro que há, para nós, uma frente que está não diria acima mas que é de um nível

diferente das outras todas e que é a que tem a ver com o restabelecimento da confiança de todos os portugueses

no Estado e nas instituições públicas.

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Muito bem!

A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Para isso é essencial que se assuma o que se passou, é essencial

que haja esclarecimentos, que se façam certamente as alterações que for ajustado fazer, mas querer andar em

frente sem um apuramento total é mau, não honra a memória das vítimas, não ajuda a fazer o luto de tantas

famílias e amigos e não permite, sobretudo, dar uma garantia de que nada disto volta a acontecer.

O CDS tem-no dito sempre, e di-lo de novo, neste como em outros temas, que temos uma postura construtiva

e, certamente, em matéria de florestas temos muitos contributos positivos para dar, como, por exemplo, o projeto

de cadastro que o PSD e o CDS já há quase um ano apresentaram nesta Casa.

Mas, hoje, queria dizer que, para nós, é essencial, também, não esquecer o lado político das respostas. Há

tempo para os estudos, há tempo para as análises técnicas, há tempo para as questões estruturais, mas não

podemos confundir uns aspetos com outros e hoje é o tempo da questão política.

Cumprido o luto nacional, o envolvimento de todas estas áreas não pode esquecer a pergunta que

matraqueia na cabeça de muitos e muitos portugueses, sejam eles de Pedrógão Grande, dos demais concelhos

afetados pelo fogo ou daqueles que, em Lisboa, no Porto ou por todo o País, se interrogam sobre isto.

E a pergunta política é esta: como é que foi possível acontecer esta tragédia?

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.