I SÉRIE — NÚMERO 107
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o consumo a crescer muito menos do que previam — e o consumo, a procura interna era a pedra de toque da
vossa política económica e financeira —,…
Protestos do PS.
O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Era, era!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — … o investimento a ser ridículo, o investimento em 2016 foi ridículo.
E como é que os senhores atingiram a meta do défice? Atingiram-na, desde logo, porque tiveram uma posição
de princípio mais favorável. Os senhores não tiveram de descer o défice de 11% para 3%,…
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Ora bem!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — … tiveram de o descer de 3% para 2%.
Mas, se a economia cresceu menos, a procura interna cresceu menos, o investimento não existiu, como é
que complementaram, então, as políticas orçamentais para atingir o défice, que é importante que tenha sido
atingido? Cortando cegamente na despesa.
O Sr. João Galamba (PS): — Não houve corte! Não há nenhum corte!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Foi isso que aconteceu — e aconteceu na saúde, aconteceu na educação,
aconteceu no sistema público de transportes, aconteceu nas áreas de soberania, na segurança e na defesa.
E, olhando para trás, os senhores não tiveram nem durante o ano de 2016, nem agora, em 2017, a coragem
de assumir, perante o País, aquilo que fizeram.
Esta austeridade é, de facto, uma austeridade manhosa, porque os senhores não a assumem.
Vozes do PSD e do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Custa muito ver o PCP e o Bloco de Esquerda aplaudirem esta
austeridade, aplaudirem o que se passa hoje em Portugal, que é termos os serviços públicos à míngua, a
acumularem pagamentos em atraso, a diminuírem a prestação e a qualidade do serviço e tudo isso a chegar à
vida quotidiana das pessoas, dos utentes que vão hoje às unidades de saúde, dos alunos que viram as suas
escolas encerradas…
Protestos do PS e do PCP.
O Sr. Paulo Sá (PCP): — O Deputado Luís Montenegro tem memória curta!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — … e de muitos — custa ouvir, mas vão ouvir — que esperavam uma
resposta das autoridades de segurança e de proteção e viram também, de forma trágica, que essa resposta não
chegou, infelizmente.
O Sr. Paulo Sá (PCP): — Foi das malfeitorias que fizeram!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — De facto, Sr.as e Srs. Deputados, este é um debate sobre transparência.
O Sr. Ministro ri-se, mas devo dizer-lhe que esse é o sorriso da sua irresponsabilidade e é também o sorriso
da sua manha!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
É o sorriso da sua manha, Sr. Ministro, porque os 942 milhões de euros de cativações que o senhor aqui
afirmou e assumiu vieram de algum lado.