I SÉRIE — NÚMERO 108
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A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Mil milhões de euros!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Deputada, ao contrário do que pensa e diz, a Lei de Programação Militar
não era objeto de cativações, o investimento público não era objeto de cativações, as escolas não são objeto
de cativações, o Serviço Nacional de Saúde não é objeto de cativações. Por isso, cada um dos exemplos que
deu é tão bom, tão bom, tão bom porque nenhum deles é objeto de cativações.
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Lá está ele em negação!
O Sr. Primeiro-Ministro: — São mesmo ótimos os seus exemplos!
Aplausos do PS.
Mas o que é absolutamente extraordinário — além de ver a Sr.ª Deputada agora como a campeã da defesa
do investimento público,…
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — O senhor é que tem de ser o responsável! Seja coerente!
O Sr. Primeiro-Ministro: — … assim uma espécie de keynesianismo radical de que já tínhamos algumas
saudades nesta Assembleia da República — é que a Sr.ª Deputada integrou o Governo que cortou 17% da
despesa em educação e em saúde e está agora a falar de um Orçamento do Estado onde a despesa com a
saúde aumentou 3% e a do investimento em educação aumentou 4,5%. É isso que a Sr.ª Deputada está a
querer comparar?
Chamo a sua atenção para o seguinte: em matéria de soberania, o exercício do Governo de que V. Ex.ª foi
um membro destacado representou uma quebra de 46% na despesa com a defesa, uma redução de 4% com a
segurança e ordem pública e uma quebra de 31% na despesa com a proteção civil.
Esse é o balaço da sua governação; o nosso balanço é o de inversão destes cortes na proteção civil, na
segurança interna e na defesa.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Está enganado!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Mas, Sr.ª Deputada, queria dizer-lhe, com toda a franqueza, o seguinte: o Estado
e o respeito pelas instituições têm de existir para além do debate político. As Forças Armadas são um tema
sério, que não pode servir de arremesso político.
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Pois não, mas foi isso que o senhor fez!
O Sr. Primeiro-Ministro: — A palavra do Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas é para mim
uma palavra sagrada e não a ponho em causa.
Aplausos do PS.
Mais: é muito triste ver uma oposição que nada tem a dizer sobre a ação do Governo nem sobre os resultados
do sucesso da ação do Governo descer ao nível de pôr em causa os agentes da Proteção Civil e os elementos
das Forças Armadas.
Protestos da Deputada do CDS-PP Assunção Cristas.