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I SÉRIE — NÚMERO 108

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monocultura do eucalipto, a necessidade de valorizar espécies autóctones na nossa floresta, a necessidade de

tornar a nossa floresta mais resiliente ao drama dos fogos florestais, que nos assola ano após ano.

E é esse trabalho que temos de terminar, não, da parte de Os Verdes, com uma pressa absoluta, mas com

uma eficácia absoluta. Essa é que é a verdadeira razão do trabalho que temos desenvolvido nesta matéria,

designadamente de pressão junto do Governo.

Sr. Primeiro-Ministro, acho que é bom termos sempre presente o passado, designadamente o passado

recente, para percebermos onde estamos. Por isso, também não me vou esquecer de responsáveis do Governo

PSD/CDS terem afirmado perentoriamente ao País que as pessoas não se iludissem porque os salários não

voltariam a ser aquilo que eram em 2011. E isto foi muito claro relativamente à ideia que o Governo PSD/CDS

tinha sobre os cortes que estava a fazer — aos cortes nos salários, aos cortes nas pensões, aos cortes nos

apoios sociais, aos cortes nos feriados, ao aumento do IVA na restauração, ao aumento do horário de trabalho,

ao aumento da precariedade, tudo medidas definitivas! Era esta a linha que tinham traçado para o País.

Eis senão quando se prova efetivamente ao País que isto não era uma inevitabilidade, que era possível,

fazendo tudo isto ao contrário, gerar mais emprego, diminuir o desemprego e alavancar o País ao nível da sua

dinâmica económica.

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Agora, não há escolas, não há saúde…

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Isso foi possível! E nós dizíamos que era possível! E aqueles

senhores do PSD e do CDS sempre com a conversa das inevitabilidades!… É possível, sim, uma política

alternativa a esta lógica de austeridade, que não teve outra consequência a não ser a de massacrar os

portugueses.

Então, quando nós, recorrentemente, nos temos dirigido ao Sr. Primeiro-Ministro e temos dito que é

fundamental trabalhar para as pessoas, se fizermos uma avaliação do estado da Nação, é justamente por aí

que temos de ir. Como é que estão as pessoas, neste momento? Melhor ou pior? Com melhores condições na

sua vida ou com piores condições na sua vida? Definitivamente, a resposta, que, julgo, é mesmo unânime, é

esta: com melhores condições na sua vida. E essa é que é a verdadeira avaliação que temos de fazer.

É suficiente o que está feito? Claro que não! Os Verdes gostariam que o Governo acelerasse o ritmo

relativamente a algumas matérias? É óbvio que sim, porque nós consideramos que isso traria resultados

positivos mais depressa.

Então, Sr. Primeiro-Ministro, há algumas questões que temos mesmo de acelerar, designadamente no

próximo Orçamento do Estado, que são estas: a alteração dos escalões do IRS, o descongelamento das

carreiras na função pública, mais e melhor investimento público para reforçar a resposta que os serviços públicos

dão.

Mas, Sr. Primeiro-Ministro, há algumas questões às quais lhe vou pedir que dê mesmo algumas respostas

mais concretas.

Sobre a matéria das assimetrias regionais e do combate ao despovoamento e à desertificação do interior do

País, o Sr. Primeiro-Ministro tem de ser mais concreto.

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Ai é?!

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Dê o exemplo de duas ou três medidas que o Governo considera

fundamentais para que esse combate se faça. Nós dizemos: por exemplo, no âmbito da mobilidade e dos

transportes para alavancar pessoas para o interior, mas também empresas, é necessário canalizar mais

investimento para o interior para lhe dar outra dinâmica.

Sr. Primeiro-Ministro, o que é que vai fazer relativamente ao compromisso assumido de «médico de família

para todos os portugueses»? Quando é que os portugueses podem contar com essa realidade e com o reforço

do seu direito à saúde?

Mas há outra questão à qual não podemos fugir: para quando, Sr. Primeiro-Ministro, as 35 horas no setor

privado?

Aplausos de Os Verdes e do PCP.